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Argo traz ao país R$ 60 milhões em capital

Fonte: Valor Econômico

A seguradora Argo espera obter nas próximas semanas a autorização final da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para dar o pontapé inicial nas operações. O escritório já está instalado na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo), o capital de R$ 60 milhões foi trazido no começo de setembro e os 18 profissionais que vão compor a equipe inicial já foram contratados. "Esperamos emitir a primeira apólice ainda este ano", diz o presidente mundial da Argo, Mark Watson, que esteve no Brasil na semana passada para acertar os últimos detalhes da operação, antes de voltar para a matriz, em Bermudas.

A nova seguradora atuará num segmento cada vez mais competitivo no país, o de riscos corporativos. A meta é fechar o terceiro ano de operação com faturamento de R$ 100 milhões, diz Pedro Purm, que comandará as operações locais.

A nova seguradora está dividida em três áreas de negócios: patrimonial e riscos de engenharia, que será comandada por Ana Carolina Mello (ex-RSA); riscos financeiros - responsabilidade civil, profissional, D&O e garantia -, que ficará sob o guarda-chuva de Eduardo Pitombeira (egresso da Zurich, assim como Purm); e transportes, cuja operação ficará nas mãos de Salvatore Lombardi, vindo da Ace, uma das líderes nesse segmento.

Para ganhar espaço nesse mercado disputado por seguradoras igualmente especialistas com experiência global - como Ace, Allianz, Liberty, RSA e Zurich -, a Argo mira um alvo específico e menos disputado: pequenas e médias empresas. Segundo Watson, há um grande interesse das seguradoras e corretoras pelas apólices de grandes empresas, o que cria uma lacuna no mercado de médios riscos.

As alterações feitas nas regras de seguros e resseguro, editadas em dezembro passado, também fizeram a seguradora buscar riscos menores. "A mudança reduziu o apetite que tínhamos para assumir grandes riscos", diz Watson. A nova regra limitou em até 20% a cessão de risco que uma seguradora pode repassar para empresa do mesmo grupo no exterior. Segundo ele, a mudança fez com que a empresa buscasse reduzir a dependência de resseguros, portanto focando empresas de menor porte.

Com capital de R$ 60 milhões, a seguradora tem capacidade para absorver até R$ 1,8 milhão por risco sem resseguro - pela regra de solvência, uma seguradora pode reter até 3% de seu patrimônio por risco. Além disso, o grupo tem potencial de absorção de resseguros de US$ 2 bilhões lá fora - mas a regra brasileira permite que sejam acessados apenas 20% dessa cifra. Segundo Purm, já há negociações para fechar um contrato de resseguro para a operação local.

A estratégia para chegar nas pequenas e médias empresas é procurar novos canais de distribuição. Para isso, a empresa busca parcerias com associações ligadas a diferentes setores industriais, que sirvam como porta-bandeira dos produtos da Argo. Segundo Watson, será uma "abordagem de afinidades" para vender seguros, estratégia bem-sucedida no mercado americano, onde a seguradora tem operações em 18 Estados.

A instalação da operação no Brasil faz parte da estratégia de investir em mercados emergentes. À semelhança do que foi feito em São Paulo, a seguradora abriu uma filial em Dubai, nos Emirados Árabes, no começo do ano. A seguradora tem, também, operação em Inglaterra, Bélgica, França e Suíça.


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