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Um seguro exclusivo para BNDES

Fonte: Brasil Econômico

UBF, do grupo SwissRe, quer atender especificidades exigidas pelo banco aos clientes da modalidade de financiamento de projetos

Flávia Furlan

A travessia de trem entre França e Inglaterra por baixo do mar e em apenas 35 minutos parecia impossível. Isso até 1994, com o lançamento do eurotúnel, que só se tornou realidade com uma modalidade financeira conhecida como "project finance" - ou, em bom português, financiamento de projetos -, que está a pleno vapor no Brasil devido às grandes obras de infraestrutura.

Não à toa, a UBF, seguradora com 85% do controle da Swiss Re, vai lançar em novembro um seguro-garantia que atenda as necessidades de empreendedores que buscam recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de projetos. Neste segmento, o banco tem retorno com as receitas geradas pelo projeto quando ele começar a operar.Omedo do financiador, no entanto, é que a obra não fique pronta, garantia dada pelo seguro.

As conversas para desenvolvimento do produto da UBF começaram há seis meses e envolveram o BNDES, banco de fomento que só este ano já emprestou R$ 4,36 bilhões na modalidade.

"Estamos desenvolvendo uma apólice que vai dar uma segurança maior ao BNDES em projetos de infraestrutura", diz o presidente da UBF, Filipe Bonetti, que questiona a qualidade dos seguros já existentes no mercado. O BNDES confirma que trava discussões com o mercado sobre garantias.

Na Europa e nos Estados Unidos, o "project finance" é mais disseminado e, na América Latina, o país mais desenvolvido é o Chile, pela estabilidade econômica e maturidade do mercado de previdência privada, que direciona recursos para grandes obras. No entanto, o Brasil mostra alto potencial. Um total de 127 financiamentos de projetos já passaram pelo BNDES até setembro, ante 136 em 2010.

Samuel Sitnoveter, presidente da Lasry Corretora de Seguros, que tem 121 projetos em carteira, dos quais 75% com o BNDES, diz que em 2010 o banco de fomento contratou um escritório de advocacia para padronização de apólices de seguro-garantia, no entanto ainda é preciso sincronizar a informação na instituição.

"Chegou-se a uma redação comum. Mas como ela é recente, nem todos os setores do banco estão cientes", diz.

Além disso, segundo Sitnoveter, o BNDES ainda tem dúvidas sobre os contratos-por exemplo, quanto ao que é evento de "força maior", como os geológicos, o que acaba por causar problemas no acerto de apólices.

No caso do UBF, o seguro a ser oferecido vai ser uma garantia a mais em relação às que já são exigidas pelo BNDES. "Em um primeiro momento, o nosso foco são os projetos de infraestrutura, mas isso não significa que não possamos explorar em um segundo momento garantias a pequenas e médias empresas que pedem recursos no BNDES", diz Bonetti. Além de seguro- garantia, a empresa já está com autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para disponibilizar apólices de ramos elementares, como seguro de engenharia e responsabilidade civil.

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