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Banco do Brasil aposta em cartões e seguros para compensar queda dos juros

Fonte: IG

Para neutralizar uma eventual perda de rentabilidade com spreads bancários, instituição afirma estar se preparando para fortalecer os outros negócios

Diante das expectativas de queda da taxa básica de juros brasileira, o Banco do Brasil aposta nas operações com cartões e seguros para compensar uma eventual perda de retorno com spreads bancários (diferença entre o rendimento que o banco paga para o dinheiro depositado e o juro cobrado ao emprestar esse recurso ao cliente) e, assim, manter sua lucratividade, afirmou nesta quinta-feira Ivan Monteiro, vice-presidente de Gestão Financeira, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do banco, em entrevista à jornalistas durante a apresentação dos resultados do terceiro trimestre.

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“Como a taxa de juros tende a cair, temos que preparar o banco para ficar lucrativo em um ambiente de menor spread. Esperamos um crescimento com cartões de crédito e outros negócios que prometem compensar uma perda de rentabilidade,” afirmou Monteiro. Além dos cartões, ele citou também os depósitos e o setor de seguridade, que abrange as operações com seguros, previdência e capitalização.

Para o setor segurador, a expectativa é de que os ganhos correspondam a 25% do total dos resultados do banco até 2014, segundo Monteiro. Atualmente, a participação é de 15,9%, contra 12,5% ao final de junho deste ano. “No futuro, o segmento de seguridade terá um comportamento cada vez mais importante.” Nos primeiros nove meses de 2011, o resultado de seguridade do BB somou R$ 1,2 bilhão, aumento de 25% sobre o resultado do ano passado.

“Hoje, o crédito imobiliário em relação ao PIB está crescendo muito rapidamente. O mesmo vai acontecer com os seguros,” acrescentou Monteiro. Atualmente, o setor segurador corresponde a cerca de 3,5% do PIB brasileiro.

Já o segmento de cartões correspondeu no terceiro trimestre deste ano a 21,5% das receitas com tarifas do banco (R$ 2,8 bilhões), contra 20% em setembro de 2010 (R$ 2,4 bilhões), de acordo com o BB. Segundo Monteiro, a bandeira Elo está contribuindo para o aumento da fatia do banco, mas o executivo não informou volume financeiro ou o número de cartões da nova bandeira.

Crédito

O Banco do Brasil terminou o terceiro trimestre com uma carteira de crédito de R$ 441 bilhões, aumento de 21% em 12 meses. A operação de crédito imobiliário, na qual o BB atua desde 2008, atingiu R$ 6,3 bilhões, mas deve ter participação cada vez mais significativa nos negócios do banco, segundo Monteiro.

O executivo acredita que a necessidade de investimentos em infraestrutura por grandes empresas deve contribuir para o aumento dos empréstimos às pessoas jurídicas, cuja carteira terminou o trimestre em R$ 1,3 bilhão.

O índice de inadimplência do Banco do Brasil que mede o atraso superior a 90 dias em pagamentos ficou em 2,1%, segundo o banco, leve aumento de 0,1 ponto percentual em relação ao final do segundo trimestre deste ano. O destaque foi a inadimplência do crédito para veículos que saltou de 3,1% para 4,1%.

Apesar da elevação da taxa e de o banco ter elevado suas provisões para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) em 5,9% sobre o segundo trimestre, Monteiro nega uma expectativa de piora dos pagamentos. “Houve um ligeiro crescimento da inadimplência de 0,1 ponto percentual, mas estamos muito abaixo do Sistema Financeiro Nacional [cujo índice é de 3,5%] e mantemos nosso índice de cobertura bem acima do sistema, o que mostra nosso conservadorismo,” disse monteiro.

Em relação ao aumento das provisões, o executivo reafirmou que o banco não está pessimista. “Não esperamos piora. Teremos uma revisão em nossa metodologia neste fim de ano e temos uma abordagem superior à do mercado, como uma forma de manter um colchão maior,” diz. Segundo ele, este maior colchão serve como prevenção diante do cenário externo instável. “Vemos as notícias gregas. De manhã, é uma coisa. De noite, outra,” comenta.

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