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Empresa que levou passageiros para Aparecida diz que arcará com prejuízos

Fonte: Correio Braziliense

Uma casa humilde, numa rua de terra no Condomínio Pôr do Sol, em Ceilândia, abriga a sede da El Shadai Transporte e Turismo. Não existe fachada ou qualquer sinal de que ali funciona uma empresa. Na porta da residência sem pintura e com portão cinza, a brita espalhada serve de estacionamento. Era onde o ônibus de dois andares envolvido no acidente ficava parado quando não estava na estrada. Moradores das proximidades relataram ao Correio que outras quatro vans completam a frota da El Shadai. Na tarde de ontem, nenhuma delas estava no local.

Apesar das instalações precárias e das irregularidades cometidas na viagem a Aparecida (SP), a firma é registrada no Ministério do Turismo e tem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). O veículo contratado pelo grupo de 48 católicos de Santo Antônio do Descoberto tinha capacidade para 54 passageiros. A negociação da viagem foi feita por Edmilson dos Santos, o Dicas, dono da Ldtur, uma empresa de turismo local. Cada pessoa pagou R$ 485 pela excursão, somando um valor total de R$ 23.280. O acerto foi feito com o sócio do estabelecimento comercial, Izaque Correia de Almeida, que conduzia o ônibus no momento do acidente.

Para garantir que a vida dos passageiros e o patrimônio da empresa fossem resguardados, antes mesmo de o motorista sair do município goiano, um seguro de responsabilidade civil foi assinado pela El Shadai. Ontem, os R$ 2,6 milhões destinados a cobrir danos morais, danos materiais e de terceiros foram liberados pela seguradora. A empresa de transportes custeou hospedagem, alimentação e transporte dos sobreviventes da tragédia.

De acordo com o procurador da El Shadai, Jarley Brito Arruda, o estabelecimento pagará os custos dos enterros das 10 pessoas mortas. Ontem, às 14h, um ônibus foi alugado para que os sobreviventes do acidente possam retornar.

"Temos um seguro para isso. Se for preciso pagar indenizações, faremos isso", disse Jarley Brito Arruda. Quanto à falta dos cintos de segurança, motivo pelo qual as pessoas teriam sido arremessadas pelas janelas do coletivo, o procurador alegou que o modelo do veículo era novo e contava com o equipamento de segurança. "Antes do início da viagem, é feita uma orientação verbal aos passageiros", garantiu. Porém, a responsabilidade do uso desse item é do motorista.

Logomarca

A Jovem Turismo reforçou ontem que, apesar de ter a logomarca estampada no teto do ônibus, a empresa não é responsável pelo veículo que tombou no interior de São Paulo. Segundo a companhia de turismo, o coletivo foi vendido a Izaque Correia de Almeida em 18 de fevereiro deste ano. "Combinamos que íamos retirar a logomarca da empresa na entrega do ônibus, só que esse trabalho não foi feito em cima do carro. Foi um descuido", esclareceu o gerente da Jovem Turismo, Rony de Oliveira Alves.

Ele informou que o coletivo tinha a documentação necessária para realizar viagens interestaduais. Porém, depois da venda, o estabelecimento enviou comunicados sobre a transação à ANTT e ao Detran.

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