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Especialista diz que Brasil pode virar case de sucesso no microsseguro

Fonte: Viver Seguro

Preto no branco. Todos sabem o que está coberto e o que não está coberto. Sem brechas legais e parceria público privada. Essas frases contêm boa parte da poção mágica para tornar o Brasil um case mundial em microsseguro, segundo os principais representantes do setor reunidos na 7ª Conferência Internacional de Microsseguros, que teve início hoje no Rio de Janeiro e termina no dia 10.

Craig Churchill, presidente da Microinsurance Network, rede mundial que reúne grandes instituições privadas e publicas, além de estudiosos e especialistas no assunto, informou haver meio bilhão de pessoas protegidas pelo microsseguro no mundo. “E 50% delas estão na Índia”, assinalou.

Para ele, o Brasil pode ser a Índia da América Latina, uma vez que a iniciativa pública e privada estão juntas no desenvolvimento do mercado. Dirk Reinhard, da Munich Re Foundation, afirma, com base em sua experiência mundial, que o microsseguro não pode ser feito apenas a partir de iniciativas do governo ou de entidades sem fins lucrativos. ‘Esse é um mercado que necessita do apoio de todos, inclusive da iniciativa privada”, frisou o especialista durante o encontro com jornalistas.

Segundo ele, pelas características dos inscritos no evento realizado no Brasil, o microsseguro começa a ter um equilíbrio interessante. "Em 2005, primeira conferência, tínhamos 90 inscritos, em sua grande maioria estudiosos. Hoje temos 450 inscritos, sendo 45% de empresas com fins lucrativos”, informou.

De um lado a Susep, órgão regulamentador do setor, e de outro as seguradoras interessadas em desenvolver um modelo próprio, que seja atraente o suficiente para convencer o acionista a colocar recursos na operação. Para ser uma operação sustentável, será preciso superar algumas barreiras, como a de custos comerciais e também operacionais.

Segundo a Susep, duas delas já estão em curso, como a criação de regras para que corretores especializados possam levar o produto aos consumidores e também reduzir a necessidade de capital para as empresas interessadas em atuar no segmento. A ideia é que a exigência seja equivalente a 20% do capital exigido hoje de uma seguradora que opera em todos os ramos.

Com tais diferenciais, o interesse das companhias privadas nacionais e internacionais tende a crescer. Depois de uma regulamentação adequada, o próximo passo é criar produtos adequados, com total transparência entre as partes para gerar a confiabilidade que este tipo de relacionamento exige. Paralelamente, os interessados no desenvolvimento do microsseguro, que pode viabilizar a segurança financeira necessária para o pais crescer de forma sustentável, precisam investir na educação.

“Educar as pessoas sobre como funciona o seguro é garantir boa parte do sucesso dos programas. Na Colômbia, por exemplo, as pessoas gastam tanto em seguro como em loteria”, disse. Nesse sentido, uma das iniciativas em andamento é o projeto Estou Seguro, do qual participam 16 seguradoras. A segunda fase foi lançada no último domingo, numa parceria coordenada pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg).

No Brasil, o mercado de microsseguros é estimado em 120 milhões de pessoas, segundo pesquisa realizada pelo Centre for Financial Regulation and Inclusion (Cenfri)."É fundamental criar condições que protejam o patrimônio das famílias que deixaram a linha de pobreza e ingressaram no mercado de consumo por meio do credito", disse Jorge Hilario, presidente da CNseg. "O microsseguro é um instrumento legal para garantir esses resultados, assim como para criar o hábito de poupar e destinar a educacao financeira".

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