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Segurança e crescimento

Fonte: Brasil Econômico

Luiz Roberto Castilione
Consultor da Pottencial Seguradora

A indústria de seguros voltou a crescer em 2010, após os dois últimos anos de declínio em virtude da crise mundial. Segundo a Economist, a alta se deve ao bom desempenho dos mercados emergentes, onde os prèmios aumentaram 11% em termos reais. Nos Estados Unidos, os prémios tiveram ligeira alta em termos nominais, mas reduziram devido à inflação. Os principais países emergentes foram China e Brasil, quê tiveram altas de mais de 30% no total dos prêmios, alcançando US$215 bilhões e US$ 64 bilhões, respectivamente, de acordo com dados da ressegurado a Swiss Re.

Diante desse cenário de recuperação nos próximos anos, novas oportunidades e desafios surgem no mercado segurador.brasileiro. Investimentos em infraestrutura energética despontam como prioridade para o desenvolvimento do país. Paralelamente, vivemos um momento impar que tem mobilizado a sociedade, tendo em vista os preparativos para recebermos os mais importantes eventos esportivos do mundo. A demora na liberação de recursos, que poderá comprometer o cronograma das obras, torna-se um empecilho, refletindo na elevação.de riscos

Na exploração de petróleo, por exemplo, o setor vive a expectativa de crescimento nos contratos de seguros e resseguros para construções offshore (plataformas, sondas etc.) e inshore (refinarias, estaleiros, gasodutos). A indústria petrolífera brasileira possui comprovada expertise, mas ainda busca soluções para superar.a.profundidade do pré-sal. As lições aprendidas com o desastre da BP-no Golfo dó México que representam riscos adicionais e que ainda estão sendo mensuràdos pelas seguradoras, também foram incluídas na pauta. Quanto aos aportes para a copa do Mundo e as Olimpíadas, as companhias de seguro vem se preparando ao longo dos anos para partícipar de obràs de infraestruturá e construção civil, como rodovias, aeroportos e estádiós', bem como portos e outros empreendimentos que darão sustentação ao desenvolvimento do Brasil após as competições. Tais obras representarão um inestimável legado para as próximas gerações.

Porém, há entraves de suma importância.a serem encarados de imediato como a carência de mão de obra qualificàda em diversos setores, o arcabouço juridico que envolve processos laboratórios e a definição de marcos regulatórios, além de gargalos enfrentando os licenciamentos ambientais. A possível demora na liberação de recursos,·que poderá comprometer os cronogramas das obras, torna-se um empecilho adicional, refletindo na elevação dos riscos. O mercado de seguros tem a convicção de que o governo executará todas as obras previstas, mas busca garantias concretas que proporcionarão a manutenção do desempenho constatado em 2010, sem a interferência da atual instabilidade dos mercados internacionais.

Vale lembrar ainda que o Regime Diferenciado de Contratações (MP 527), que não obriga a proteção securitária nos investimentos de obras de infraestrutura para os eventos da Copa do Mundo, Olimpíada e do PAC, poderá comprometer bastante o crescimento do segmento, além de poder gerar grandes prejuízos ao setor público por não ter instrumentos legais para cobrar o cumprimento dos contratos.

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