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Mercado de seguros cresce 21,5% no Nordeste

Fonte: Revista Apólice

Até a segunda metade da década de 90, o mercado de seguros no Brasil não apresentava um quadro de crescimento tão expressivo. O índice de participação no PIB alcançava apenas 1%. Isso era reflexo, em parte, dos produtos e das estratégias criadas pelas companhias seguradoras. Na última década, esse cenário começou a mudar radicalmente, por diversas razões, e as principais delas envolvem a estabilidade econômica do País, que os brasileiros obtiveram a partir do Plano Real. Como consequência, as classes até então menos remuneradas tiveram um aumento financeiro considerável e passaram a integrar a fatia da população com capacidade de compra. Outro fator importante, que possibilitou o desenvolvimento do setor, foi o estímulo dado por este segmento empresarial em prol de uma maior qualidade da carteira de seguros.

Mucio Novaes, presidente da Sindseg N/NE e da Excelsior Seguros, explica a importância dessas mudanças para o setor e fala sobre o crescimento do mercado no Nordeste. "O ano de 2007 foi marcante, pois aconteceu a abertura do mercado de resseguro brasileiro. As seguradoras passaram por uma verdadeira renovação, que trouxe redução de preços, clausulado mais simples, aumento da competição, introdução de novos produtos e novas tecnologias de operação. Passamos a contar não só uma resseguradora em operação no País, mas com mais de 50".

Com essas transformações, a abertura tanto da economia brasileira quanto da área de seguros funcionou como uma peça de encaixe, aquela que faltava para agregar mais crescimento, rentabilidade e estabilidade ao setor. A entrada de novas empresas no ramo aumentou a concorrência e, assim, a oferta de produtos aos clientes. Atualmente, os números da Susep só confirmam a tendência da indústria de seguros. Nos sete primeiros meses de 2011, as seguradoras conseguiram um pouco mais que R$ 58,1 bilhões, ou seja, tiveram um acréscimo de 20,6% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

"No Nordeste, o mercado de seguros cresceu 21,5% este ano, no período de janeiro a julho. Obteve um desenvolvimento mais elevado quando comparado ao número nacional. Enquanto, a taxa do PIB nesse mesmo período girou em torno de 4%", conclui Mucio. Ele afirma ainda que, com exceção da parte ligada ao seguro saúde, a indústria das seguradas cresceu cinco vezes mais do que a economia brasileira como um todo, nos primeiros sete meses de 2011.

Em termos de cobertura, o mercado brasileiro tem muitas inovações e a conscientização dos clientes a respeito dos atuais riscos trouxeram seguros voltados para áreas de Riscos Políticos, Riscos Ambientais e aqueles relacionados à tecnologia, que tratam de perdas de dados, hacking, entre outros perigos técnicos. "As perspectivas mais fortes devem se situar nos riscos ambientais e no seguro agrícola. No entanto, todo dia surgem novas coberturas e produtos, fruto do desenvolvimento da economia, que estabelece novas necessidades pessoais e empresariais, e da evolução da ciência e da tecnologia", afirma Novaes.

De acordo com Mucio, a Excelsior ampliou sua área de cobertura e firmou contratos de resseguros nas áreas de "property" (riscos patrimoniais), garantia e aeronáutico, o que permitiu operar riscos maiores e coberturas diferenciadas. "O seguro é fundamental como instrumento de proteção social e econômica. Quanto maior for a sua presença na sociedade, menor a dependência do cidadão dos serviços do governo", ressaltou. Vale lembrar que este mercado não envolve apenas seguro, mas títulos capitalização e previdência privada.

"O crescimento do seguro depende de dois fatores básicos: renda e educação. A distribuição de renda, a partir do Plano Real, deu velocidade e sustentação a esse crescimento, que se intensificou nos últimos cinco anos pela performance econômica do país. A indústria de seguros, previdência e capitalização cresce a taxas de dois dígitos. Em 2011, os investimentos das seguradoras devem superar R$ 320 bilhões", prevê Mucio. Para a economia brasileira, esta rentabilidade alta é um forte instrumento de formação de poupança com longo prazo.

Um estudo global sobre gerenciamento de riscos realizado pela Aon Risk Solutions e divulgado no site da Susep, apontou que as maiores preocupações giram em torno da desaceleração econômica, mudança regulatória e legislativa, aumento da concorrência, danos à reputação e à marca, interrupção de negócios, incapacidade de atrair ou reter talentos, risco de preço das commodities, falha tecnológica e sistema, e por fim fluxo de caixa e risco de liquidez. Já na América Latina, a principal preocupação é com a desaceleração econômica. Mucio acredita que as perspectivas maiores são nas áreas de riscos ambientais e do seguro agrícola. No entanto, ele aponta para a obrigação de uma contínua criação de coberturas e produtos, fruto do desenvolvimento da economia e das novas necessidades da sociedade.

G.F.
Revista Apólice

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