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Seguradora independente cresce no financiamento habitacional

Fonte: Valor Econômico

Obrigação de bancos de oferecer apólice alternativa na concessão de financiamento imobiliário já mostra efeitos positivos para grupos como SulAmérica, Tokio Marine e Excelsior

Ana Paula Ribeiro

A mudança na regulamentação e a parceria com grandes bancos garantem o crescimento na comercialização de apólices habitacionais para as seguradoras independentes. O total de prêmios cresce acima de 70% em algumas empresas. No consolidado do mercado, essa proteção apresenta expansão de 23,1%.

Esse tipo de proteção é obrigatória para a contratação dos empréstimos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Desde fevereiro de 2010, os bancos são obrigados a oferecer duas opções aos tomadores do crédito e apenas uma dessas alternativas pode ser de instituição ligada ao banco credor (participação acionária acima de 20%).

O principal agente de crédito imobiliário, a Caixa, com mais de 70% do mercado, fechou parceria com a SulAmérica. Os resultados são evidentes.Ototal de prêmios da seguradora entre janeiro e julho deste ano, último dado disponibilizado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), foi de R$ 16,85 milhões, crescimento de 72,5% em relação a igual período do ano passado.

O vice-presidente de automóveis e ramos elementares da SulAmérica, Carlos Alberto Trindade Filho, explica que o crescimento dos prêmios se dá de acordo com a expansão das operações de crédito imobiliário e que a seguradora fica com uma pequena parte dos seguros atrelados aos financiamentos da Caixa, mas ainda assim a parceria é vantajosa. "A Caixa é a principal instituição de crédito imobiliário e qualquer coisa que a gente consiga capturar é significativo para nós", explica.

Em 2009, último ano em que vigorou a regra antiga, a Caixa Seguros detinha 73,3% do prêmios do seguro habitacional. Em 2011 até julho, a participação era de 69,8%.

Para tornar o produto mais atrativo, a SulAmérica oferece de forma gratuita aos clientes que a escolhem uma cobertura adicional para reparos residenciais.

A seguradora possui ainda acordos com o Citi e o Banrisul.

Outra opção é cotar o seguro com a empresa da preferência do tomador. No entanto, profissionais do setor afirmam que é difícil explorar essa possibilidade, pois acarretaria também em avaliar a operação de crédito.

Essas mudanças foram estabelecidas na criação do "Minha Casa, Minha Vida" com o intuito de reduzir o custo do financiamento.

Na época, o governo constatou casos em que o seguro, que leva em conta informações como a idade do mutuário, representava 25% do valor da prestação do financiamento.

Não há ainda nenhum levantamento sobre os efeitos da nova lei no preço das apólices. As seguradoras alegam que a estratégia a ser adotada - com redução dos valores cobrados - depende de fatores como a idade do mutuário, concorrência e região do imóvel financiado.

Outra seguradora que garantiu um crescimento expressivo foi a Tokio Marine, alternativa aos mutuários do Santander e do Itaú. Entre janeiro e julho, os prêmios somaram R$ 27,56 milhões, alta de 45,2% em relação a igual período de 2010.

Embora com crescimento pouco abaixo da média do mercado, a Excelsior Seguros acredita que há espaço para melhorar o desempenho. "É um financiamento bom para os bancos e a demanda continuará alta devido ao déficit habitacional", afirma o presidente da companhia, Mucio Novaes.

A Excelsior trabalha com poucas modalidades de seguros e um dos carros-chefe é justamente o habitacional. O total de prêmios no ano até julho está em R$ 43,15 milhões, alta de 18,4%. Novaes espera queem2011 o montante fique em cerca de R$ 75 milhões, ante R$ 63 milhões em 2010.

O principal mercado da seguradora, sediada em Recife, é o de São Paulo. Isso porque a Excelsior garantiu um contrato com a Nossa Caixa antes da integração com o Banco do Brasil.

Mas nem todas as seguradoras ligadas a bancos perderam espaço para parceiras. O Bradesco oferece como opção a Aliança do Brasil, cujo sócio majoritário é o BB, mas os prêmios de sua seguradora nessa modalidade crescem mais de 40% no ano. Já a segunda opção do BB é a Bradesco Seguros.

É OBRIGATÓRIO

Esse seguro é contratado junto com o crédito imobiliário que ocorre no âmbito do SFH, independente da fatia financiada.

A apólice possui cobertura para morte e invalidez do mutuário e para danos físicos ao imóvel financiado.

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