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Lucro da Itaú Seguros salta 70%

Fonte; Valor Econômico

Estratégia Novo mix de produtos e queda das indenizações impulsionam 4º trimestre

Felipe Marques

Os correntistas do Itaú Unibanco não devem ter gostado muito do aumento da insistência de gerentes e atendentes de telemarketing para comprarem o seguro de vida do banco. Mas não há como negar: a estratégia trouxe ganhos significativos para a operação de seguros da instituição.

Com uma carteira concentrada em seguros de vida e riscos corporativos, o lucro líquido recorrente do quarto trimestre de 2011 das operações de seguros, previdência e capitalização do Itaú deu um salto de 70,7% na comparação com o mesmo período de 2010, para R$ 553 milhões. A termo de comparação, a Bradesco Seguros, maior seguradora do país, teve lucro líquido de R$ 860 milhões no mesmo período, avanço de 10,3%.

O resultado da Itaú Seguros está atrelado à uma melhor relação entre o pagamento de indenizações e o faturamento da companhia (a taxa de sinistralidade), que chegou a 25,5% no quarto trimestre de 2011, menor patamar em pelo menos três anos. No trimestre imediatamente anterior, o índice estava em 33,2%. Quanto menor a porcentagem, melhor.

A melhora na sinistralidade é consequência da concentração da carteira de seguros em coberturas com menor frequência de indenizações, como vida, depois que a carteira de apólice de automóveis e residências do banco passou a ser gerida pela Porto Seguro. Fizemos uma melhor gestão de processos e mudamos o mix da carteira para produtos de melhor margem, conta Marcos Lisboa, vice-presidente operacional e de seguros do Itaú.

Segundo Lisboa, o maior foco em seguros de vida envolveu ainda a reformulação de como a modalidade é apresentada e vendida, o que teria contribuído para reduzir o cancelamento das apólices.

Fizemos um maior esforço no canal bancário, buscando onde estão as oportunidades de vender seguros para nossos clientes, diz Antonio Trindade, diretor de pessoa jurídica da seguradora. O uso mais intensivo do balcão do banco para a venda de seguros também ajuda na redução das despesas de pessoal da seguradora. A linha outras despesas operacionais com seguros do balanço - composta majoritariamente por despesas de pessoal -, caiu de R$ 83 milhões no quarto trimestre de 2010 para R$ 7 milhões em igual período de 2011.

Outro fator positivo para o salto no lucro, a margem financeira gerencial - que reflete o ganho com a aplicação das reservas técnicas de seguros, planos de previdência e capitalização - subiu de R$ 219 milhões para R$ 330 milhões, na comparação anual.

O processo de mudança no perfil da carteira de seguros do Itaú e a queda nas despesas tiveram um impulso importante da parceria com a Porto Seguro, anunciada em agosto de 2009. Com o acordo, a gestão das carteiras de seguro de carros e residenciais foi transferida para uma nova empresa, que ficou sob o guarda-chuva da Porto Seguro, mas os produtos continuam sendo distribuídos nos canais do banco. Em troca, o Itaú recebeu uma participação de 30% em ações na Porto.

A mudança ajudou a encolher os gastos da Itaú Seguros com distribuição e administração de carteiras, o que vem sendo sentido nos resultados recentes. Com a associação com a Porto, a Itaú Seguros reduziu o número de corretores parceiros de 8 mil para 400, cortando despesas com comissão. Houve também a transferência de 1,5 mil funcionários do Itaú para a Porto, junto com a estrutura operacional responsável pelas carteiras. Cortes de despesas promovidos na fusão com a antiga seguradora do Unibanco também impactaram o resultado recente.

O salto de 70% no lucro líquido especificamente no quarto trimestre de 2011 pode ter sido inflado, porém, pelo resultado ruim observado no quarto trimestre de 2010, o que ajuda na comparação. Nos trimestres anteriores, a média de crescimento era de 24%, na base anual.

Segundo Trindade, a incorporação de equipes de call-center e de outros serviços terceirizados da seguradora para dentro da estrutura do banco, trouxe cortes de custos e ajudou o resultado do quarto trimestre da Itaú Seguros.

Nos últimos três meses do ano passado, a receita da seguradora - prêmios emitidos deduzidos da provisão para indenizações - subiu 14,1%, para R$ 1,2 bilhão. Os dados são das demonstrações contábeis pro-forma presentes no balanço do banco, divulgado na semana passada.

2 comentários:

  1. É realmente o banco fez uma otima ação - deixar nas mãos de quem sabe do negocio e ficar com o retorno financeiro. Para a Porto foi melhor ainda, o Jaime sabe tudo desse mercado!
    Abraços.

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  2. ótimo para o itaú!...
    o meu caro roubado a quase dois meses ... eles estão enrolando para pagar...assim é facil.....
    lucia

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