Breaking News

Seguradoras se armam para conquistar empresas menores

Fonte; Brasil Econômico

Tokio Marine, Liberty, BB Mapfre e Bradesco Seguros estão de olho em 5,7 milhões de pequenos negócios

Flávia Furlan

As seguradoras estão lançando mão de estratégias para aumentar as vendas de apólices para empresas de menor porte neste ano. As novidades são direcionadas a um público de 5,7 milhões de médias, pequenas e micro negócios, segundo dados do Serviço Central de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) referentes a 2010, os últimos disponíveis. E a tática usada por elas são das mais diversas. Vão desde a ampliação do público atendido, com segmentação por ramo de atuação dos clientes, até busca por mais agilidade nas vendas.

A Tokio Marine reformulou em janeiro o seguro no ramo de vida direcionado às empresas de menor porte (até 500 funcionários) que tem cobertura, por exemplo, para morte e acidentes pessoais dos funcionários. Com isso, espera dobrar a carteira em 2012. Ao final do ano passado, alcançou 3 mil apólices neste nicho - avanço de 50% frente a 2010 -, com faturamento de R$ 5 milhões. "A reformulação foi feita para tornar a contratação mais fácil e crescer mais nesta linha", diz a diretora de seguros de pessoas Nancy Rodrigues.

Entre as principais alterações estão precificação pelo risco da atividade e oferta de novas coberturas como verbas rescisórias. A empresa também automatizou o processo de cotação, emissão e renovação das apólices, que pode ser feita on-line.

Na modalidade de seguros para pessoas, a peculiaridade das apólices para empresas de menor porte é que elas contratam um'capital global' e não um capital para cada segurado e, desta forma, não é preciso fazer ou cancelar o seguro a cada contratação ou demissão. "Com o capital global, não é preciso saber quem é o funcionário coberto", explica Nancy. Na grande empresa, a contratação leva em conta múltiplos de salário do funcionário.

Outra que ampliou o portfólio de seguros de patrimônio para pequenas e médias empresas em janeiro foi a Liberty Seguros, que agora abrange o setor de salões de cabeleireiros e o de livrarias e papelarias. A seguradora oferece o produto para 18 tipos de varejistas, incluindo restaurantes, hotéis, consultórios e pet shops. A estratégia é segmentar cada vez mais as apólices de acordo com o tipo de negócio. Os empresários podem incluir 30 coberturas no contrato, que vão desde incêndio e queda de raio à responsabilidade civil. "Para o corretor, este segmento representa o estabelecimento de uma carteira contínua, uma vez que este tipo de seguro não é tão disputado pelas corretoras como outros segmentos", explica Luciano Calheiros, diretor da seguradora.

O Grupo BB Mapfre também oferece seguros com múltiplos riscos às empresas de menor porte. A companhia possui 240 mil apólices na modalidade e espera alta, neste ano, de cerca de 15%. A vantagem do grupo é de ter um banco como parceiro. "Na verdade, tem alguns tipos de seguros que o banco vende mais devido à sua presença geográfica", conta Danilo Silveira, diretor de seguros tradicionais.

Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros diz que empresas de menor porte passaram a ser consumidoras de seguros nos últimos anos por conta do momento econômico. "Outro motivo é que, com o mercado de trabalho aquecido, reter talentos não significa mais apenas um salário alto, mas benefícios como o seguro", afirma. No segmento de pequenas e médias empresas, a Bradesco tem 88 mil apólices e 1,3 milhões de segurados, crescimento de 23% e 25%, na ordem, frente a 2010.Na Bradesco Saúde, a carteira de pequenas e médias empresas - que compreende de 4 a 99 vidas - possui 450 mil vidas. Até dezembro de 2011, esse segmento cresceu 31% ante 2010. "O nicho de pequenas e médias empresas é uma grande oportunidade para o grupo."

Preço é acessível

Na Tokio Marine, o seguro de pessoas para empresas menores parte de R$ 30 ao mês; apesar disso, margens da modalidade são altas

O nicho de empresas de menor porte não tem uma competitividade tão alta entre as seguradoras quanto o de grandes empresas, mas é bastante interessante em termos de margens. "Por isso, o mercado está se movimentando para atuar neste segmento", afirma a diretora de seguro de pessoas da Tokio Marine, Nancy Rodrigues, para quem essa modalidade se tornou uma forma de diluir o risco da carteira das seguradoras, já que a taxa de retorno é mais elevada, embora o seguro seja acessível. Na seguradora, o produto parte de R$ 30 mensais.

Luciano Calheiros, diretor de commercial line da Liberty, diz que na seguradora uma livraria que declara R$ 500 mil como valor de risco com coberturas para danos elétricos, responsabilidade civil, entre outros, terá valor anual de cerca de R$ 5 mil no seguro patrimonial. "O valor pode variar de acordo com a infraestrutura do estabelecimento", comenta.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario