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Credores gregos terão US$2,5 bi de seguro

Fonte: Folha de São Paulo

Reestruturação da dívida, exigida pela Europa e pelo FMI para liberar €130 bilhões à Grécia, provocou a medida
Se o empréstimo não saisse, o pais nao teria como pagar uma parcela de €14,5 bilhões que vence hoje

RODRIGO RUSSO DE LONDREs

O mercado de seguros definiu ontem que pagará US$ 2,5 bilhões aos credores gregos que contrataram seus serviços para protegê-los do risco de um calote da Grécia.

Isso acontece porque a Associação Internacional de Swaps e Derivativos declarou no começo do mês que houve um "evento de crédito" no caso da reestruturação da dívida da Grécia com os credores privados.

Um "evento de crédito" ocorre quando, por conta de um calote, contratos de seguro contra o risco de quebra de um país são ativados.

Os investidores privados, que detinham € 206 bilhões em títulos gregos, precisaram perdoar 53,5% (cerca de €107 bilhões) do valor dos seus papéis, e uma parte deles foi forçada a entrar no acordo por conta da aceitação da maioria. A alternativa era não receber nada.

O acordo com os credores era uma precondição imposta pela "troica" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) para que a Grécia pudesse receber um novo pacote de resgate, com um empréstimo de €130 bilhões.

Se o dinheiro não tivesse sido disponibilizado, o país não teria como pagar uma parte da dívida que vence hoje, no valor de €14,5 bilhões.

Em leilão feito ontem de acordo com as regras dessa associação internacional, fixou-se o valor de recuperação de 21,5 centavos a cada euro, o que significa um pagamento de 78,5 centavos a cada euro pelas seguradoras que ofereciam os serviços.

O baixo resultado é um indicativo de que o mercado segue temeroso e não descarta a hipótese de que o país precise passar por uma nova reestruturação de sua dívida.

Alguns analistas acreditam que as medidas de austeridade exigidas da Grécia em troca do empréstimo, como redução de salários e empregos públicos, continuarão piorando sua recessão econômica, o que deixará o país incapacitado de cumprir seus compromissos financeiros.

Já outros temem o próprio efeito da operação de seguro contra calotes nos outros países da zona do euro, que correm risco de contágio.

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