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AIG estuda ativos hipotecários

Fonte: Valor Econômico

Telis Demos e Tom Braithwaite | Financial Times, de Nova York

O grupo segurador AIG, resgatado pelo governo dos Estados Unidos depois de apostas desastrosas no mercado hipotecário, explora formas de ampliar suas atividades no setor, comprando créditos residenciais. A possível investida mostra a confiança cada vez maior da AIG, que tenta deixar no passado o pacote de socorro financeiro de US$ 128 bilhões recebido em 2008. Também sinaliza seu apetite por operações inovadoras, cerca de quatro anos depois de quase ter quebrado por suas atividades com derivativos de crédito ligados a produtos hipotecários.

Deveríamos encontrar alguma forma de comprar as hipotecas que estamos assegurando, disse Robert Benmosche, executivo-chefe da AIG. O programa e os detalhes ainda estão sendo estudados e nada será iniciado antes do quarto trimestre. A AIG usaria ferramentas de aquisição desenvolvidas por uma de suas subsidiárias, o United Guaranty Corp. (UGC), seguradora de hipotecas, para facilitar investimentos de outras unidades.

A UGC, assim como outras seguradoras de hipotecas, ainda está sobrecarregada por obrigações com créditos residenciais de baixa qualidade, comprados antes de 2008, mas atualizou seus procedimentos de subscrição com 17 novos critérios, entre os quais a avaliação direta de cada empréstimo, em vez de depender de representações de instituições de crédito.

[A UGC] não nos traz apenas lucros, mas descobertas incríveis sobre ativos importantes, disse Benmosche. Se estamos fazendo um seguro total e sabemos da qualidade dele, talvez haja alguma forma de expandir isso.

Para Josh Stirling, analista do Sanford C. Bernstein, é difícil discordar de tal plano. Eles têm informações de sobra e poderiam criar uma abordagem de preço com base no risco que seria uma vantagem comparativa. Ao mesmo tempo, é muito mais comum para empresas na posição da AIG se tornarem mais avessas ao risco.

A AIG perdeu quase US$ 100 bilhões em 2008, em grande parte pelo declínio no valor dos investimentos em hipotecas de baixa qualidade e por contratos de derivativos para proteção contra calotes de papéis ligados a hipotecas. O programa poderia marcar seu retorno aos investimentos em empréstimos hipotecários residenciais nos EUA. A seguradora possui cerca de US$ 35 bilhões em títulos lastreados por hipotecas (MBS, em inglês) de imóveis residenciais, incluindo os que foram recomprados do Federal Reserve de Nova York, que adquiriu os ativos como parte do pacote de resgate.

A AIG está mais próxima de se livrar do compromisso com o Tesouro, que possui participação de 70% na seguradora e se prepara para vender mais ações, já que a cotação da AIG está perto dos US$ 30, o que lhe permitiria negociar os papéis com lucro.

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