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Com cloud do Google, Sulamérica investe 30% do que seria gasto on premise

Fonte Information Week

Com 9% do faturamento destinado a projetos de TI, a Sulamérica Seguros pulou etapas culturais ao implantar, há um ano, o serviço de cloud computing pública para serviço de e-mail e colaboração, antes de optar por uma nuvem privada. O fornecedor escolhido foi o Google, em um contrato que, segundo o CIO da empresa, Cristiano Barbieri, custava o equivalente a 30% do que projetos convencionais cobravam. Mas a diferença que fez com que a companhia optasse pelos serviços foi a confiança de disponibilidade dos serviços e o amplo portfólio de nuvem.

“Tínhamos de ser a seguradora mais ágil e transparente. Para isso, fomos buscar a elasticidade da cloud, com baixo custo e confiabilidade”, afirmou Barbieri durante a Sessão Intercâmbio de Ideias, debate com cerca de 20 pares, realizado neste domingo (29/04) na 14ª. edição do IT Forum, realizado na Praia do Forte (BA), com cerca de 200 CIOs das 500 maiores empresas do Brasil. Como próximos passos, a companhia anunciou que está em processo de contratação do serviço Google App Engine para testar o uso de aplicações em cloud. O processo se dará com programas pouco críticos, e que a evolução da contratação se dará após avaliado o resultado.

Barbieri disse ter verificado os serviços de diversos fornecedores, como IBM e Microsoft. A ideia inicial era migrar os 6,8 mil usuários de e-mail da companhia, que se valiam do IBM Lotus Notes. A capacidade das caixas postais era de 100 MB a 200 MB e a companhia detinha 15 servidores para o serviço, com alta disponibilidade. “Mesmo assim, o serviço caía. Quando implantei Google, de um dia para o outro a capacidade de armazenamento saltou para 25 GB por usuário”, comentou.

Para o executivo, foi crucial o período de testes dos fornecedores, que durou 60 dias. Neste intervalo de tempo, conta, os servidores Lotus Notes caíram 20 vezes. Os serviços da empresa de buscas, há um ano, não deu nenhum problema. Então, ao preço de R$ 3,5 milhões para o período de cinco anos, foram contratados serviços do Gmail, Google Docs (um relativo ao Office na nuvem), e todos os serviços a ele acoplados (como Google Sites). O fato de no ambiente Docs ser possível edição simultânea de documentos facilitou o trabalho entre equipes de diferentes localidades.

Não foram todos os serviços do Office que puderam ser migrados. Cerca de 60% dos usuários do pacote de produtividade da Microsoft eram do BrOffice, que foram atendidos pelo Docs. Os 40% restantes – que usavam o Excel para a área financeira, por exemplo – foram mantidos no serviço de licença. A migração ocorreu em seis meses. A resistência do público não atingiu a diretoria: muitos deles já usavam os serviços na vida pessoal. “O pessoal de infraestrutura foi muito resistente. Por eles ficávamos em on-premise o resto da vida. Foi uma mudança de cultura”, comentou.

O executivo explicou que o resultado inevitável da adoção de cloud computing foi o processo de consumerização. Para não expor a rede da companhia, ele foi atrás, então, de soluções de gestão de dispositivos móveis. Quando avaliava diversos fornecedores, um de seus funcionários trouxe uma opção disponível na app store do Google, que era totalmente gratuita. “Não tinha todas as funcionalidades de uma solução parruda, mas já resolvia o meu problema. Desde então, sempre antes de comprar algo, vamos ver se não tem no open source”, complementou. Para impedir que as usuários trabalhem mais do que o permitido por lei, a companhia se vale do Activity Directory para bloquear acessos a partir de um determinado período de uso.

Com base nesta experiência, o executivo considera que o principal benefício de uma solução do Google é o número de programas disponíveis gratuitamente e de novidades que a companhia lança sem cobrança adicional. “O contrato é muito restrito, ele vem em um modelo padrão. Eles não customizam para cada cliente. Mas seus serviços básicos – e os de migração para retirada do servidor deles – são garantidos”, disse, exemplificando que como “penduricalho” chegou à companhia o serviço de videoconferência Hangouts. “Estamos implementando essa funcionalidade. Não buscamos, não compramos, não tenho custo nenhum”, disse.

Reforço da internet

Com oito milhões de acessos ao mês, um movimento inegável foi a necessidade de reforço dos links de conexão da empresa. Uma vez que tudo está em cloud computing, a dependência disso é total. “Tenho link de dados com 80 megabits de conectividade e um canal de internet grande. Contratei um link redundante de operadora porque já precisavam, mas acabei antecipando esse movimento”, explicou.

Segundo o executivo, não houve necessidade de contratação de mais banda – além da redundância – porque o fato de o Google fornecer serviço antispam acabou por desafogar sua rede. “Uma coisa compensou a outra. Antispam não me pertence mais. Ao final do dia, o Google manda um e-mail para o usuário com a lista de conteúdos bloqueados – e ele mesmo escolhe o que quer liberar”, comentou.

Dos cerca de 20 presentes no debate, apenas dois tinham alguma contratação em nuvem, mas em níveis bastante incipientes. O motivo é o próprio estágio de maturidade da oferta da tecnologia e, também, entraves burocráticos na própria empresa. “A Sulamérica tem a vantagem de ser independente. Uma empresa global como a nossa tem 140 unidades ao redor do mundo. até chegar em consenso entre todas essas unidades sobre qual tecnologia será usada, leva muito tempo”, ponderou Mauricio Carvalho Arguello, CIO da Heineken.

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