Para diretor da Bradesco, a operação do microsseguro ainda é uma incógnita

Fonte: Revista Cobertura

As circulares de regulamentação do microsseguro foi um dos temas que Eugênio Velasques, diretor executivo da Bradesco Seguros, abordou no Fórum Brasileiro de Seguro Popular & Microsseguro, promovido pelo IQPC (International Quality & Productivity Center), na semana passada em São Paulo.

Segundo o executivo, há uma perspectiva que logo no início sejam cerca de oito circulares prontas que abordam questões como distribuição, operação, comercialização e regulamentação de sinistros.

“As seguradoras terão de definir qual o modelo a ser adotado, o de seguradora especializada ou segmentação da carteira. Ainda há muitos pontos a serem discutidos em relação aos microsseguros. Mesmo porque, na prática, ainda é uma incógnita para as seguradoras como será a operação”, informou Velasques.

Em relação a produtos, o executivo destacou que, por meio de pesquisa, o de maior apelo é o auxílio funeral. “No entanto, este não será o foco da Bradesco. Primeiramente, será o de acidentes pessoais e depois o auxílio funeral”, antecipou ele, já adiantando que o foco do grupo é ser líder no segmento de microsseguros pela capilaridade que tem, em relação a número de agências e também por meio dos correspondentes bancários.

Sobre distribuição, ele reafirmou, assim como tantos outros executivos do mercado, que um dos canais será o correspondente bancário. “Habilitado pela Susep, como já é pelo Banco Central, o correspondente bancário será o canal com o cliente para a compra do microsseguro, como também para receber uma reclamação ou fazer a regulação de sinistros”, disse. Além disso, prevê ele, “o próprio correspondente poderá realizar o pagamento do sinistro quando o mercado estiver estável.”

Ele também prevê que o uso de ferramentas remotas será imprescindível na comercialização de produtos de microsseguros, bem como a venda de apólices por meio de cartões ‘raspadinhas’, com sorteios. E, seja por meio de corretores, agências bancárias ou pelos correspondentes bancários, Velasques informou que, independentemente do canal de distribuição, a burocracia será a mesma.

Vale destacar que, ainda de acordo com o executivo, a meta da implementação do microsseguro no país não está, em um primeiro momento, na venda em si, mas sim no processo de educação do público consumidor sobre a importância em ter uma proteção.

Por fim, ele anunciou que no dia 5 de setembro deste ano a CNseg realizará um seminário, em que reunirá profissionais com experiências de implementação de microsseguros em seus países. De acordo com ele, “serão apresentadas as experiências mais bem sucedidas, os erros e acertos no processo de implementação do microsseguro, como exemplos para o nosso mercado”, conclui.