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O apetite sem fim que tornou o BTG um gigante

Fonte: Brasil Econômico

Banco já tem valor maior que Rothchild e vai continuar compras

Maria Luíza Filgueiras e Ana Paula Ribeiro

Para um banco que não completou cinco anos de existência, já ser maior que os tradicionais estrangeiros BBVA e Rothschild poderia ser um bom resultado. Ou mesmo ser um terço do mega grupo de investimentos americano Blackstone. Não para uma instituição em particular. O BTG Pactual quer ser, nas palavras do principal acionista André Esteves, um "gigante". Esse foi o termo usado pelo executivo em Santiago, na última semana, para definir o patamar para onde quer levar a instituição que fundou.

Se ninguém duvidava disso antes de conhecer detalhes financeiros do banco, menos ainda agora que ele tem capital aberto e acaba de apresentar um crescimento de 140% no lucro líquido no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Outro adendo: são R$ 3,6 bilhões de fôlego para a nova rodada de crescimento. O montante levantado há 15 dias na oferta pública de ações pode ser usado para novas aquisições - avisou Esteves ao concluir a compra da corretora chilena Celfin. Ele já está de olho em novos ativos na América Latina.

Já começou a sondar de perto a corretora colombiana Bolsa y Renta, a segunda maior do país e analisa ativos para fincar pé na Argentina. Além da plataforma regional, solicitou na semana passada autorização à Superintendência de Seguros Privados (Susep) para abertura de seguradora e resseguradora.

O BTG tem valor de mercado de US$ 4,58 bilhões, enquanto o Rothschild vale US$ 2,29 bilhões, aponta levantamento da Thomson Reuters. Quando o banco de Esteves foi criado, a brincadeira de mercado era que a sigla significava "Better Than Goldman" (melhor que o Goldman Sachs). Em tamanho, falta muito: o Goldman vale nada menos que US$ 54 bilhões. Mas tem simplesmente 143 anos de existência.

O resultado alcançado em pouco tempo de atuação reflete a estratégia da instituição de não só atuar como banco de investimentos, mas também de aportar capital nas empresas em que vê potencial, no segmento chamado de "merchant banking" - quando compra uma participação acionária ao invés de conceder um empréstimo. São exemplos dessa atuação as fatias do grupo BTG na rede de estacionamento Estapar e na companhia de drogarias Brazil Pharma.

Foi essa atuação que permitiu um crescimento de 303% nas receitas no segmento definido como "principal investments", alcançando R$ 572 milhões, a mais representativa da instituição no primeiro trimestre. Outra área que ajudou a engrossar os resultados do banco foi a de "sales&trading" (gestão de caixa de terceiros), com um incremento de 169% sobre igual período de 2011, chegando a R$ 562 milhões.

Já os negócios do banco de investimento, pelo que de fato o BTG é conhecido, renderam receita de apenas R$ 50 milhões, uma queda de 52%. "Concretamente falando, investment banking foi um mercado fraco no primeiro trimestre. Nos mantemos como líderes, mas não tivemos nenhuma operação relevante no período", afirmou Esteves em teleconferência com analistas, esquivando-se de detalhes sobre os planos futuros do BTG Pactual. Os investidores já sabem: ele só fala quando já garantiu o negócio.

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