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Previdência privada sobe 26% no trimestre

Fonte: Folha de São Paulo

Crescimento foi puxado pelo desempenho dos planos individuais, que se destacam num cenário de juros baixos

Investidor deve ficar de olho nas taxas de administração, que podem consumir boa parte dos ganhos

Os brasileiros investiram 26% mais em previdência privada no primeiro trimestre que no mesmo período do ano passado.

As aplicações somaram cerca de R$ 15 bilhões de janeiro a março de 2012, segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que vão ser divulgados hoje. Considerando apenas os valores de março, a expansão de quase 40% foi recorde para o mês.

A medição começou em 2007; antes, os investimentos em aposentadoria complementar eram pouco expressivos, diz a Fenaprevi. O levantamento exclui fundos de pensão fechados, como os de companhias estatais.

Nos três primeiros meses do ano, o maior crescimento, de 28%, foi observado nos planos individuais, contratados pelo investidor por conta própria em seguradoras.

A captação dos planos empresariais subiu 19% no período, e a de produtos para crianças e adolescentes, 14%.

O resultado do trimestre se opõe ao do fechamento do ano passado. Nos 12 meses de 2011, as aplicações nos planos corporativos subiram mais que nos individuais pela primeira vez: 29% em comparação com 14%.

Osvaldo do Nascimento, vice-presidente da Fenaprevi, diz que o resultado refletiu um maior esforço das empresas para reter talentos.

"Tivemos, especialmente no ano passado, grandes preocupações com um apagão de mão de obra qualificada, e mais companhias incluíram planos de previdência nos benefícios, o que favoreceu o aumento de aplicações", diz.

A principal vantagem da previdência empresarial para o empregado é a contribuição da companhia. A política varia, mas, em geral, nos chamados planos instituídos, a cada R$ 100 depositados pelo funcionário, a empresa coloca a mesma quantia.

O limite de depósito é, em média, 5% do salário e o funcionário só se apropria da parte da companhia após dez anos de trabalho -uma forma de garantir o vínculo.

Há ainda os planos averbados, que não preveem contrapartida da empresa.

"Agora, embora a procura pelos planos empresariais continue crescendo, os individuais retomam a dianteira em um cenário de queda de juros, que prejudica as aplicações só de renda fixa." Fundos de previdência privada investem até 49% em ações.

TAXAS

Para Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro, os produtos individuais de previdência complementar são uma boa opção de investimento para a aposentadoria.

O especialista destaca, no entanto, que é preciso pesquisar as melhores taxas de administração -que incidem sobre todo o patrimônio do fundo, inclusive a rentabilidade, e podem consumir boa parte do recurso acumulado.

"As taxas são o pagamento de um serviço, que é a gestão do fundo por profissionais. Mas, dependendo do valor, o ganho final pode perder até para a poupança."

Em geral, essas taxas vão, hoje, de 3% ao ano a 0,8% ao ano, conforme o tipo de plano e os valores investidos, de acordo com a Fenaprevi.

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