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Seguros pessoais podem se beneficiar da queda de juros

Fonte: CVG-SP - Márcia Alves

Embora a tendência de queda de juros possa trazer impactos à rentabilidade das seguradoras, o setor deve continuar em crescimento neste ano. A princípio, a previsão de especialistas é de que haja um aumento de prêmios para compensar a perda de resultado financeiro, seguido por iniciativas das empresas para aumentar a eficiência e melhorar o resultado operacional.

“Os preços dos seguros poderão sofrer um aumento inicial, mas depois deverão se ajustar”, afirma o economista Francisco Galiza, da consultoria Rating de Seguros. Ele ressalta que esse comportamento não é exclusivo do mercado de seguros brasileiro. “Se os juros caem é preciso ajustar os preços. No mundo inteiro é assim e o Brasil não é exceção”, diz.

Segundo o economista, o mercado tem crescido, historicamente, em torno 15% e 20% ao ano, e deverá se manter nesse patamar também 2012, apesar da queda de juros. No ano passado, de acordo com levantamento do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), o setor de seguros encerrou o exercício com um faturamento de R$ 81,8 bilhões ( sem VBGL e com seguro saúde), representando um crescimento de 16,5%, acima do índice de inflação.

Mas, se por um lado, a perda de rentabilidade com aplicações financeiras pode representar um fator negativo para as seguradoras, por outro, a redução da taxa de juros pode beneficiar a economia. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a redução dos juros aumentou em 1,5% o Índice Nacional de Confiança do Consumidor (Inec). Para os analistas da CNI, isso significa que os brasileiros estão mais estimulados a adquirir bens de maior valor nos próximos meses.

Oportunidade para o ramo de pessoas

O atuário Marcelo de Figueiredo, Gerente Técnico de Seguro de Pessoas da Mitsui Sumimoto Seguros e diretor do CVG-SP, não acredita que a queda de juros traga impactos negativos ao setor de seguros. Do seu ponto de vista, haverá maior penetração de produtos, principalmente de vida, prestamista, viagem e previdência, com maior agregação de serviços, como assistência residencial, por exemplo. “Consequentemente, também haverá maior investimento em tecnologia para automatização de processos, que ainda são considerados burocráticos nas seguradoras. Este sim, será o diferencial para o atendimento ao cliente e ao corretor”, diz.

O superintendente de regulação da CNseg, Alexandre Leal, disse em entrevista ao site Infomoney , que acredita na redução de preços dos seguros diante da tendência de queda da taxa básica de juros. Segundo sua análise, o crescimento econômico, estimulado pelos juros menores, fará aumentar a demanda por seguros, permitindo a estabilização ou diminuição no valor do prêmio. Para ele, os produtos mais propensos a esse movimento seriam os de vida e previdência.

Especialistas do setor indicam que o caminho para aumentar o resultado operacional das empresas de seguros está na venda de produtos de vida, previdência e saúde, que são favorecidos pela conjuntura econômica positiva, como a taxa de desemprego reduzida e ganho real dos salários. Estima-se um crescimento de dois dígitos no ramo de pessoas neste ano.

Impacto na previdência

O segmento que será mais afetado pela queda de juros é o de previdência privada, segundo avaliação do diretor executivo da Nunes e Grossi, Keyton Pedreira. Ele afirma que os clientes precisarão tomar cuidado na hora da simulação e contratação de um novo plano, pois a taxa de juros reais (descontada a inflação) projetada, atualmente já está abaixo de 3% ao ano. Por isso, uma simulação que utilize um percentual maior do que 6% ao ano, segundo Pedreira, será totalmente ilusória em planos de renda fixa.

“Para compensar a redução da taxa de juros e atingir a reserva ou benefício originalmente estipulado como meta, o cliente terá que aumentar sua contribuição mensal, postergar a data de aposentadoria ou então correr um risco maior, buscando investir em planos que possuam renda variável”, diz.

De acordo com o especialista, as seguradoras também precisarão reduzir as taxas de gestão financeira nos planos de renda fixa, principalmente em planos que pratiquem taxas acima de 2% ao ano. “Neste caso, os clientes poderão ter prejuízo com o investimento, uma vez que a inflação e a taxa irão anular ou até causar perdas em termos reais”, diz.

Ele observa que, diferentemente da mudança das regras da poupança, que afetará somente os novos investimentos, os clientes que já possuem um plano de previdência privada também precisarão rever suas metas e buscar planos que pratiquem taxas menores, uma vez que a redução da taxa de juros da economia afetará a todos. Pedreira indica o site BuscaPrev (www.BuscaPrev.com.br), para realização de cálculos e comparativos de planos de previdência.

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