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Sustentabilidade da saúde suplementar

Fonte: Estado de Minas

Marcio Coriolano - Presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)

Conceitualmente, desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suportar as necessidades da geração atual sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

No Brasil, as profundas transformações estruturais vividas nos últimos anos têm gerado grande impacto no setor de saúde, tanto pública quanto privada, em que a manutenção de um sistema economicamente saudável esbarra em transições demográficas, etárias, epidemiológicas e tecnológicas.

Mais do que nunca, é necessário compreendermos o presente para enfrentarmos os desafios em relação à sustentabilidade econômico-financeira da saúde suplementar pelas próximas gerações.

Com quase 200 milhões de habitantes, o país tem testemunhado a redução expressiva da taxa de natalidade, concomitante ao crescimento da expectativa de vida da população, alterando a pirâmide etária, cada vez mais parecida com a de países desenvolvidos.

O aumento da idade média dos brasileiros acarreta o crescimento da incidência de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, assim como o aumento da expectativa de vida impacta na incidência de doenças como câncer e alzheimer. Todas essas enfermidades demandam tratamentos mais prolongados, gerando maiores custos assistenciais.

O que também contribui significativamente para o aumento dos custos médicos, bem acima dos índices de inflação, é a utilização de novas tecnologias nos diagnósticos e tratamentos. Apesar dos evidentes benefícios trazidos por procedimentos menos invasivos e mais precisos, muitas vezes são incorporados sem a convincente comprovação de sua eficácia ou efetividade.

E nesse processo de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema de saúde suplementar, o consumidor também tem sua parcela de responsabilidade, necessitando estar atento à utilização dos serviços de modo responsável e ético, evitando onerar ainda mais um sistema que, por sua natureza de mutualismo, aumenta seus custos na medida de sua utilização, repartidos entre todos os participantes.

Mas o setor está atento a essas questões e tem se mobilizado. A adoção de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças cresce rapidamente entre as operadoras e a expectativa é de que venham a reduzir a demanda futura por tratamentos.

Em relação à incorporação de novos procedimentos na assistência à saúde, é cada vez mais comum o uso de protocolos de utilização, que têm por objetivo avaliar a verdadeira eficácia desses procedimentos antes de sua adoção efetiva.

Outra questão que tem sido discutida é a da mudança do modelo de remuneração dos prestadores de serviços médico-hospitalares, privilegiando a remuneração pela efetividade do cuidado, em detrimento da simples quantidade de atendimentos realizados.

Como representante de 15 dos maiores grupos de operadoras privadas de assistência à saúde, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) orgulha-se de seu papel de liderança nesse processo de mudança de paradigmas, propondo e implementando ações, tanto em relação ao órgão regulador, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), quantos em relação aos demais integrantes do mercado, contribuindo para a manutenção de um sistema saudável, que é do interesse de todos.

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