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Com juros baixos, renda vitalícia é o grande desafio para a previdência privada

Fonte: Revista Cobertura

Além disso, tributação regressiva e contribuintes com idade para aposentadoria ainda atuantes no mercado de trabalho, são fatores positivos frente a este cenário

Por Camila Alcova

Com a atual realidade de juros baixos, o segmento de previdência privada tem desafios como novas alternativas de investimentos, e busca por taxas de tarifação e administração menores, já que fundos de previdência são mais complexos do que fundos de investimentos, na opinião do vice-presidente do conselho de administração da Allianz Seguros, Paulo Marracini (foto). Outro desafio para as companhias é a provisão para suporte aos planos de renda vitalícia, que tendem a ter maior adesão por conta do cenário de queda de juros.

Durante palestra realizada na APTS, dia 30 de maio, o executivo definiu a questão da renda vitalícia como um grande tema de debate no que tange à previdência. Ele explica que em casos de conversão para o renda vitalícia, as seguradoras devem trabalhar com números maiores por conta dos riscos existentes nesses planos.

“Este é o seguro da ‘longevidade’. Para os segurados, uma vantagem. Para as seguradoras, um risco que sempre deve ser avaliado”, explica Marracini. Isso porque a conversão para esse plano após a aposentadoria, aos 70 anos, por exemplo, é mais vantajosa.

Nesses casos, conforme uma simulação de cálculos do executivo, o segurado receberá 6% ao ano do que contribuiu. Se a reversão do plano for efetivada aos 55 anos, o contribuinte receberá cerca de 4% ao ano. “As pessoas ainda não convertem em renda vitalícia, pois aos 55 anos não vale a pena, mas sim com 80 anos, quando receberão quase 12% ao ano em cima do capital investido”, compara.

Ele aponta que no Brasil ainda é pouco comercializado produtos de renda vitalícia de maneira separada, o que torna os planos mais restritivos em relação à expectativa de vida calculada na tábua atuarial. “No restante do mundo, a pessoa acumula capital para a aposentadoria e compra o renda vitalícia no momento em que se aposenta. Então, há um horizonte menor para estimar e as companhias podem estimar de maneira melhor”, explica o executivo sobre o cálculo de expectativa de vida após a aposentadoria e reversão para renda vitalícia.

Em sua palestra, Marracini também mencionou alguns fatores positivos para a previdência privada no Brasil, como o crescimento do VGBL, que representou 81% da receita do segmento em 2011.

Outras vantagens da previdência privada destacadas por ele foram a tributação favorável em comparação aos fundos de investimentos, pois o investimento nos fundos tem rentabilidade inferior; as opções de planos empresariais e planos para menores; o planejamento sucessório, que possibilita, em caso de morte, que o pagamento seja transferido para os beneficiários sem a necessidade de interferência de Inventário.

Além disso, o executivo destacou as vantagens da tributação regressiva, que desde 2005 permite que o segurado receba 5% de tributação a cada dois anos.
Retrocesso da previdência

Marracini fez também um retrocesso dos sistemas de previdência social e previdência privada, ao mencionar a implantação da previdência social na Alemanha, em meados do século 19, por Otto von Bismarck, e posteriormente, os primeiros movimentos da previdência privada, na década de 1970, nos Estados Unidos e também no Brasil.

Além disso, ao destacar os três pilares da previdência – previdência social, previdência complementar empresarial, e previdência complementar individual – o executivo mencionou o 4° Pilar da Previdência, nomenclatura dada a pessoas com idade para aposentadoria que permanecem no mercado de trabalho, ainda que em ritmo reduzido de jornadas. Em sua opinião, esse grupo de contribuintes também representa desafios e alternativas favoráveis para as seguradoras diante do atual cenário de queda de juros.

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