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Empresas contratam 20% mais planos de previdência

Fonte; Brasil Econômico

Produto é ferramenta para reter talentos; setor enxerga espaço para crescer mais em pequenas e médias

Vanessa Correia.

As empresas brasileiras estão cada vez mais preocupadas em reter seus funcionários, mesmo diante de um cenário de retração dos investimentos. Uma das evidências é o aumento em 20% da arrecadação dos planos de previdência privada empresariais entre janeiro e maio deste ano quando, comparado ao contratado em igual período do ano passado, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).

Entre 2010 e 2011, o avanço havia sido de apenas 8%.

"Hoje, a dificuldade em segurar funcionários é muito maior do que há dois anos. Tendo em vista esse cenário, as empresas aumentaram a utilização dos planos de previdência como ferramenta de incentivo, o que justifica o crescimento da arrecadação no período", explica Osvaldo do Nascimento, vice-presidente da Fenaprevi.

Ainda segundo o executivo, a queda da população brasileira desocupada e o ganho salarial real nos últimos dois anos também justificam o movimento.

Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o número de desempregados caiu quase 20% no período, enquanto o ganho salarial, descontada a inflação, foi de 14,6%. "Quanto maior o salário do funcionário, maior será a necessidade de complementação do benefício concedido pelo INSS, cujo teto é de R$ 3,9 mil", completa.

Já a Brasilprev viu o número de empregados assistidos por planos empresariais saltar 19% nos últimos 12 meses (até março), para aproximadamente 150 mil, de acordo com estudo concedido com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO. A arrecadação saltou 56% no mesmo período, diz Mauro Guadagnoli, superintendente comercial do braço de previdência privada do Banco do Brasil (BB).

O que mais chamou a atenção do executivo foi o percentual de planos instituídos (aqueles em que a empresa e o funcionário realizam a contribuição) na base de clientes da Brasilprev: dos 186 mil planos para pessoa jurídica, 90% são instituídos.

O restante é averbado (aqueles nos quais apenas o funcionário contribui). "O movimento de escolha por planos instituídos foi intensificado há três anos. Não víamos preocupação por parte das companhias em oferecer esse benefício", afirma Guadagnoli.

Mesmo como avanço registrado esse ano, o segmento empresarial ainda tem enorme potencial de crescimento, principalmente entre pequenas e médias empresas. Dados do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) confirmam isso: ao final do ano passado, o país contabilizava mais de 6 milhões de pequenas empresas.

De olho nesse nicho, a SulAmérica lançou recentemente um produto que atende às necessidades de companhias de menor porte. O SulAmérica Previdência PME foi desenvolvido para empresas a partir de quatro funcionários e está segmentado em três categorias: especial (cuja contribuição mínima mensal é de R$ 75), expert (com aporte mínimo de R$ 250 mensais) e exclusivo (com contribuição mínima mensal de R$ 600).

Adriana Nannini, gerente de produtos da SulAmérica Seguros, Previdência e Investimentos, diz ter percebido que ao oferecer produtos modulares, com contratos simplificados e aportes menores, atingiria uma gama maior de empresas.

"Queremos disponibilizar um produto que estava restrito às grandes corporações." Nascimento, da Fenaprevi, acrescenta que o mercado de previdência privada empresarial deve superar o ritmo de crescimento de 2011, quando avançou quase 30% em relação ao ano anterior. "Acreditamos que devido ao ritmo de expansão apresentado até aqui o resultado de 2012 deve superar o ano passado", diz. Guadagnoli, da Brasilprev, é um pouco mais cauteloso. "O avanço deve ficar em linha com o observado em 2011", pondera.

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