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Entrevista com Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros

Fonte: Valor Econômico

"Nosso desafio é qualificar e valorizar os profissionais de seguros"

Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros

O mercado de seguros movimentou cerca de R$ 200 bilhões de reais no ano passado. É um setor que cresce a taxas de 15% ao ano e hoje repres enta 4% do PIB, com perspectivas de chegar a 7% nos próximos anos. Mas, quanto maior é o mercado, maior é a responsabilidade de formar e qualificar profissionais para atuar de forma competente, eficiente e ética. Afinal, é uma indústria que emprega mais de 40 mil profissionais, comporta cerca de 80 mil corretores e 112 seguradoras por todo Brasil.

É com o desafio de contribuir para o crescimento e qualificação de quem atua no setor que a Escola Nacional de Seguros chega aos 41 anos de atividade, já tendo atendido a cerca de 500 mil pessoas em sua história. Responsável pela emissão do certificado de habilitação dos corretores de seguros no Brasil, a Escola conta com 14 unidades regionais e está presente em outras 57 cidades, por meio de convênios. Nos últimos sete anos concedeu, aproximadamente, cerca de 50 mil habilitações a corretores.

Atenta às tendências e demandas do mercado, a Escola oferece cursos técnicos, de graduação, pós-graduação, extensão e especialização, em diversas áreas do seguro. A instituição promove palestras gratuitas e seminários em todo o Brasil, além de desenvolver programas de responsabilidade social, parcerias internacionais e publicações especializadas.

O presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, conta a seguir as principais frentes de trabalho da entidade e ressalta o bom momento vivido pelo segmento de seguros no país.

A Escola se firmou como referência na qualificação profissional em seguros. Quais as principais oportunidades oferecidas pela instituição?

Em comparação com entidades internacionais, a Escola se distingue por disponibilizar uma gama mais completa de produtos e serviços diferenciados. Hoje, atuamos em todas as etapas de formação e qualificação dos profissionais de seguro, partindo dos programas para habilitação de corretores de seguros e comissários de avarias e seguindo com os cursos de qualificação técnica. Desde 2006, quando obtivemos autorização do MEC para a abertura da Escola Superior Nacional de Seguros (ESNS), no Rio de Janeiro, passamos a oferecer o curso superior de Administração com linha de de formação em Seguros e Previdência, único no País. Também editamos materiais didáticos, traduzimos publicações internacionais e realizamos pesquisas.

Qual o curso com maior procura e que exige atenção especial da Escola?

Sem dúvida, o carro-chefe continua sendo o Curso para Habilitação de Corretores de Seguros, requisito básico para atuar no setor da intermediação. Com as perspectivas de expansão do mercado, impulsionada pelo crescimento da economia e a ascensão das classes sociais, a carreira de corretor de seguros se manterá em alta. O desenvolvimento do setor valoriza esses profissionais e torna o campo de trabalho atrativo. A novidade recente foi a regulamentação do microsseguro que prevê a figura de um corretor específico. Formar essa nova mão-de-obra também será responsabilidade da Escola e estamos prontos para assumi-la.

Cursos de pós-graduação e MBA são hoje essenciais no mercado de trabalho. Como tem sido a atuação da Escola Superior Nacional de Seguros:?

A ESNS vem expandindo sua atuação para além do eixo Rio-São Paulo. Prova disso é a MBA Executivo em Seguros e Resseguro, que já chegou a Brasília, Campinas e Goiânia. Desde 2006, a ESNS soma cerca de 1,3 mil alunos e hoje tem mais de 100 docentes, sendo 50 mestres e 24 doutores. A equipe busca se antecipar as necessidades do mercado. Os MBAs em Direito do Seguro lançados recentemente, e os cursos avançados são exemplos disso.

A crescente exigência do mercado por profissionais qualificados tem se refletido em novas demandas para a Escola?

Mantemos contato permanente com seguradoras e corretores, estamos sempre atentos ao que acontece no mercado e trazemos essa tendência para a Escola. Recentemente, lançamos um curso de Seguros e Riscos Profissionais e Linhas Financeiras, ramos que estão ganhando rápida penetração nas empresas. Também mantemos convênios com instituições internacionais, que permitem intercâmbio de conhecimento.

Como a ampliação do acesso à internet e as novas tecnologias influenciam o modo de ensino da Escola?

O caminho para termos abrangência e capilaridade passa pelo ensino à distância, com o qual a Escola já trabalha. Desde 2005, foram mais de  25 mil inscritos nessa modalidade. Também estamos investindo para realizar o Exame para Habilitação de Corretores de Seguros à distância. Além disso, recentemente lançamos um curso on-line gratuito para quem está ingressando no setor, que já atingiu mais de 3,5 mil alunos em poucos meses. A Escola também tem perfis nas principais redes sociais e o site institucional www.funenseg.org.br . Outra iniciativa importante é o Tudo Sobre Seguros (www.tudosobreseguros.com.br), portal interativo no estilo "tira dúvida". A página amplia a compreensão do público sobre o mercado de seguros e vem registrando média de 60 mil acessos por mês. 

Quais os projetos futuros da instituição?

Temos muitos, mas, para nos mantermos na posição de vanguarda, existe um que me estimula especialmente. É a proposta de instituir Núcleos de Estudos Aprofundados sobre temas de interesse do mercado. A idéia é reunir especialistas para estudar estes assuntos, organizar estatísticas e propor soluções. Pretendemos firmar convênios com universidades para agregar inteligências e tecnologia.   Dois temas que serão contemplados são "A Vitimação no Trânsito" e "Influências Climáticas e Impactos na Indústria do Seguro".

Além disso, continuaremos desenvolvendo nossos projetos de responsabilidade social. O programa Amigo do Seguro capacita jovens da rede pública de ensino para estágios no setor e já qualificou 2 mil estudantes. Outro destaque é o Se Essa Rua Fosse Minha, programa continuado para um trânsito mais seguro, que beneficiou 40 mil alunos em 2011.

O trabalho da Escola é muito abrangente. Na sua visão, qual a maior contribuição da entidade no mercado?

Nossa Escola é hoje uma instituição madura, que dispõe de colaboradores capacitados, docentes qualificados e tecnologia de vanguarda. Tudo para entregar aos alunos o melhor ensino em seguros. Tenho muito orgulho de constatar que muitos desses estudantes são hoje profissionais de sucesso e continuam prestigiando a Escola, buscando atualização contínua. Tenho convicção que o aproveitamento das boas oportunidades de crescimento do setor passa, necessariamente, pela melhor qualificação de seus atores. Essa é a nossa maior contribuição, formar gerações de profissionais para a indústria do seguro e, assim, continuar sendo protagonista do desenvolvimento do nosso mercado.


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