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Seguro do carro: melhor prevenir que remediar


Fonte: A Crítica

Com mercado em expansão no Amazonas, cliente dispõe de muitas opções para seguro de automóvel, mas é preciso atenção antes de contratar

Funcionária pública Kelly Rocha envolveu-se em engavetamento. Só suas despesas foram orçadas em mais de R$ 5 mil. O seguro cobriu os danos no veículo dela e no outro envolvido (Bruno Kelly)

Por pouco, a tarde de lazer em uma das cachoeiras de Presidente Figueiredo não se transformou numa grande dor de cabeça para a funcionária pública Kelly Rocha Leão Carvalho. Ao tentar estacionar o carro, um galho perfurou o radiador do veículo. Ela acionou a seguradora, que providenciou guincho e pagou o táxi de volta a Manaus. Assim como Kelly, a maior parte dos condutores da cidade tem ou pretende adquirir seguro para automóvel, atraindo para Manaus algumas das maiores empresas do ramo.

O mercado para seguro de automóveis não para de crescer na cidade, onde mais de 3,5 mil carros novos são emplacados por mês. Só no primeiro trimestre deste ano, as seguradoras que atuam no Amazonas faturaram R$ 22,2 milhões. Para aproveitar esse filão, a Liberty Seguros acaba de montar sua base local; e a Zurich Seguros – uma das maiores e mais antigas do mundo, com 140 anos – chega a Manaus ainda neste semestre. As duas seguradoras vêm para concorrer diretamente com a Bradesco Seguros, que lidera o mercado; Allianz, que se instalou há pouco mais de um ano e já conquistou share de 14%; Porto Seguro, que atua em Manaus há mais de 30 anos, entre outras.

Cuidados
As opções são variadas, mas o cliente precisa ter muito cuidado antes de assinar o contrato para evitar dor de cabeça. A primeira medida é procurar o suporte de um corretor habilitado. Isso é necessário porque o preço final da apólice vai depender do perfil do cliente e do opcionais que ele quiser em seu contrato (cobertura para danos a terceiros, contra incêndios, para incidentes naturais, com guincho 24 horas, etc). O diretor de Seguro Auto da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, explica que o preço refletirá diretamente o risco de ocorrência de sinistros. Para avaliar esse risco, as seguradoras traçam o perfil do condutor e do veículo pela aplicação de um questionário detalhado. É aí que entra o corretor: ele é habilitado para explicar cada item, evitando equívocos que podem levar a seguradora a não pagar a indenização. E esses casos são mais comuns do que se pensa.

De acordo com as seguradoras, 20% de todas as indenizações pagas têm indícios de uma ou mais irregularidades. Um erro comum diz respeito ao conceito de garagem. Para as seguradoras, não vale “puxadinho”, a garagem tem que ser fechada, coberta e bem trancada. Essa situação tende a puxar o preço da apólice para baixo. “Se o cliente afirma que guarda o veículo em garagem, o carro for roubado e a seguradora constatar que não se tratava de uma garagem de fato, poderá negar a indenização”, explica Sebastião. “Por isso, o cliente precisa ser absolutamente sincero nas respostas. Falar a verdade não faz mal a ninguém”, diz o executivo. Outra coisa que nunca faz mal é pesquisar. O corretor Júlio César Fortes, da Maruaga Corretora de Seguros, tomou a cotação de três seguradoras para um Ford Ecosport Freestyle 1.6, modelo 2011, para um mesmo perfil de cliente. O resultado foi uma diferença de quase 10% no custo total à vista entre a mais cara e a mais barata.

Como pagar menos? 
É perfeitamente possível ficar bem segurado sem pagar muito. Isso pode ser feito com investimentos em segurança. Por exemplo: guardar o carro em garagem, investir em dispositivos de como alarmes e rastreados podem impactar em até 25% no valor da apólice. O diretor da regional Centro-Oeste e Norte da Allianz Seguros, Leonardo Marins, orienta que, quanto maior a participação do segurado na franquia, menos pagará pelo seguro. “Além disso, antes de comparar os valores, o consumidor deve analisar se as coberturas oferecidas atendem suas necessidades, se os valores de indenização são compatíveis com os eventuais prejuízos que possam ocorrer e se há uma garantia de prazo de indenização”, detalha.

Quem já tem um seguro auto contratado conta com uma bonificação ao bom condutor. É um benefício concedido a partir do primeiro ano de renovação, com determinado percentual de desconto para o cliente que tem o seguro por um ano e não o utilizou. Marins acrescenta que essa dedução é cumulativa até chegar ao quinto ano consecutivo sem registro de acidente.

O presidente do Sindicato dos Corretores do Amazonas e Roraima (Sincor), Gilvandro Guedes, informa que proprietários de carros novos estão entre os que mais buscam o seguro auto. “Lá pelo terceiro ano, quando não acontece nenhum sinistro, muitos condutores relaxam e não renovam, ficando expostos”, adverte. Kelly Rocha não relaxou, ela dirige desde 2002 e nunca ficou sem seguro. Principalmente depois que se envolveu em um engavetamento. “O seguro pagou o meu e o do outro. Só o meu dava mais de R$ 5 mil”.

Tira dúvidas

Idade interfere no preço? 
Ter idade entre 18 e 25 anos encarece o contrato, em média, em 20%. Outros fatores como modelo do carro, tempo de habilitação e finalidade do uso do veículo também são considerados.

Emprestei o carro a um amigo e ele bateu 
Está coberto. Trata-se de uma eventualidade, desde que o amigo seja habilitado e não tenha entre 18 e 24 anos.

Segurado bêbado se envolve em sinistro
Ele perde o direito ao seguro se a embriaguez for comprovada por teste de bafômetro. Boletim de ocorrência com registro de “sinais de embriaguez” também pode ser usado como prova pela seguradora.

Bati o carro e havia parcelas atrasadas do seguro 
Respeita-se a proporcionalidade. O seguro vai indenizar com valores proporcionais ao que foi pago pelo segurado.

Tenho carro mas não tenho carteira. Posso contratar seguro? 
Poder pode. Mas não conseguirá indenização nenhuma em caso de sinistro.

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