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Telemetria nas apólices de seguro


Fonte: Revista Cobertura

Executivo da PST Eletronics informa que as seguradoras já estudam levá-la em consideração no cálculo do valor do prêmio

Telemetria nada mais é do que a mensuração remota de dados por meio de tecnologias sem fio para otimizar processos. Apesar de ser relativamente nova no Brasil, no transporte de carga ela tem sido amplamente divulgada como uma forte aliada não apenas na redução de custos, como também nas operações logísticas, cujos desafios são muitos. E, porque não, no cálculo de apólices?

Enquanto o mercado de transporte tem grande foco na questão de roubo e furto de carga, dados do mercado mostram que as perdas com acidentes são bem superiores. A telemetria é uma ferramenta que pode, e muito, minimizar essas perdas a partir da identificação de falhas na forma de condução dos motoristas, bem como no próprio desempenho do veículo, reduzindo custos.

Para abordar a questão, a PST Eletronics realizou ontem, 5 de junho, o I Workshop PST Eletronics, Telemetria e o Mercado de Transportes. Em números, José Tabone Júnior, gerente comercial da Unidade de Rastreamento e Monitoramento Pósitron (foto), comparou as perdas com acidentes e roubo e furto de carga.

“Em 2005, os acidentes nas rodovias brasileiras geraram perdas de R$ 22 bilhões, enquanto os prejuízos com roubo e furto de carga totalizaram R$ 700 milhões”, de acordo com estatísticas do Ipea/Denatran e da NTC. Uma matemática simples demonstra que, proporcionalmente, o custo com acidentes foi 30% superior naquele ano.

Em relação ao número de acidentes, no período de 2009 e 2011, houve um aumento de praticamente 22% nas rodovias brasileiras, passando de 272.378 ocorrências para 331.652, sendo que especificamente os acidentes envolvendo veículos de carga aumentaram quase 10% no período (de 85.184 para 93.066). Os dados são do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Denit.

Para minimizar essas estatísticas, a telemetria possibilita criar relatórios com infrações críticas, excesso de velocidade e multas, por exemplo, para que sejam desenvolvidos treinamentos com foco nos motoristas e, até mesmo, para reter talentos e premiar os melhores.

“Para muitos, premiação pode significar custos. Mas é o contrário. A economia obtida com o melhor desempenho (motorista e veículo) gera receita não apenas para as transportadoras investirem em seu negócio como também para premiar os motoristas”, explica Nicanor Fragoas, diretor comercial da Unidade de Rastreamento e Monitoramento Pósitron.

Foco no seguro

Um gerenciamento de risco mais eficaz que comprove processos de melhorias e redução de perdas nas transportadoras, pode influenciar também o prêmio das apólices. “As seguradoras já estudam levar em consideração a telemetria no cálculo dos prêmios. Mais ainda há uma equação para que isso seja viável: o valor do prêmio e o investimento feito” comenta Tabone.

Fragoas complementa, dizendo que o Brasil segue nesse sentido. “Na Europa já há seguro baseado na utilização do veículo, até mesmo para a companhia avaliar a aceitação na hora da renovação da apólice. O Brasil caminha neste sentido, tanto no transporte de carga, como também para veículos de passeio.”

Criada no ano de 2006, a Unidade de Rastreamento e Monitoramento Pósitron teve como principais parceiras as seguradoras, permitindo à unidade rastrear veículos diversos (comerciais leves, pesados e de passeio), bem como desenvolver soluções logísticas.

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