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AL: Sindicato alerta para riscos em contrato de proteção automotiva

Fonte: Gazetaweb

Empresas de outros estados estão fazendo 'seguro-pirata' em AL

O seguro veicular tornou-se algo praticamente obrigatório na hora de adquirir um carro ou uma moto, tendo em vista o crescimento significativo do número de roubos, arrombamentos e acidentes de trânsito. Os altos preços pagos pelo serviço à seguradora nem sempre agradam ao consumidor, mas são a garantia de que o cliente terá à disposição um serviço de qualidade. O alerta é feito pelo Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas (Sincor/AL) diante dos riscos que algumas associações e cooperativas que comercializam o serviço de proteção automotiva oferecem aos consumidores. Conhecida como seguro pirata, essa nova modalidade de negócio vem se alastrando pelo País e se espalhando também pelos municípios alagoanos.

De acordo com o Sincor/AL, cerca de dez associações e cooperativas que trabalham com proteção automotiva operam atualmente em Alagoas, todas vindas de fora, sediadas em Estados como Pernambuco e Minas Gerais. Os clientes – ou associados, como são chamados – pagam mensalidades com valores muito abaixo do mercado, mas quando acontece algum sinistro acabam não tendo a cobertura que esperavam.

Os descontos oferecidos por essas associações e cooperativas chegam a 70% em relação aos valores cobrados pelas seguradoras, mas nesse caso o que inicialmente pode parecer vantagem acaba se tornando uma grande armadilha. Nessa modalidade de negócio, os preços das mensalidades variam a cada mês, a depender dos sinistros registrados entre os cooperados. Quanto mais sinistros, mais alto será o valor cobrado, isso porque as despesas são divididas entre todos os clientes.

O diretor do Sincor-AL e corretor de seguros Edmilson Ribeiro afirma que, apesar de as associações venderem o serviço de proteção automotiva e não de seguro veicular, as pessoas que aderem a ele acreditam estar adquirindo, a um preço muito abaixo do mercado, os mesmos benefícios que uma seguradora oferece.

“Quando você adquire um seguro com um corretor habilitado você contrata um monte de cobertura, como para vidro, para farol e assistência 24h. Nessas associações esses produtos não existem. A dica que eu dou é que se o desconto for muito alto o cliente deve desconfiar”, ressalta Edmilson Ribeiro.

O prejuízo causado pela falta de informações na hora de passar a fazer parte dessas associações só vem ser percebido quando o associado precisa usufruir dos benefícios, após ter algum problema com o veículo que estaria aparentemente assegurado.



Uma das vítimas dessa desinformação, que não quis ser identificada, contou que se envolveu em uma batida e acionou a suposta seguradora, sendo informado na ocasião que a única oficina habilitada para fazer os reparos no carro ficava na cidade de Caruaru, no interior de Pernambuco. Para transportar o veículo até a cidade do Estado vizinho, o alagoano – que tornou-se cliente da associação em Maceió – teria que levar o carro até lá por conta própria ou pagar pelo serviço de guincho.

Ao fazer as contas, ele percebeu que os gastos para levar o carro até Caruaru seriam semelhantes aos que ele teria se resolvesse fazer o serviço em Maceió. “No final ia sair o mesmo gasto, aí eu decidi pagar e fazer o serviço aqui mesmo, tirando do meu próprio bolso”, conta o cliente, que pagava mensalidades que variavam de R$ 40 a R$ 50.

Em contato com uma dessas associações, localizada em Arapiraca, a atendente informou que é oferecido apenas o serviço de proteção em caso de batidas, roubos, furtos e capotamentos, sem cobertura para acessórios. A associação possui apenas uma oficina credenciada, localizada em Arapiraca, local para onde os veículos devem ser levados em caso de sinistros, mesmo que os acidentes tenham ocorrido em outro Estado.

Além de não oferecer coberturas de acessórios, por exemplo, o seguro pirata tem outras diferenças em relação ao seguro veicular legalizado. No primeiro, o cliente não sabe quanto vai pagar de mensalidade e não tem a opção de escolher a oficina onde vai querer realizar o serviço, por exemplo. Além disso, as peças utilizadas durante os reparos podem ser similares ou usadas.

“Essas associações funcionam sem reserva de recursos. Cada associado paga um valor mensal, que varia a cada mês. Se acontecer algum sinistro, o dinheiro que foi arrecadado no mês anterior é usado para pagar os gastos e a associação fica sem reservas. Quanto mais associados, maior é a quantidade de sinistros e, como não há reservas de recursos, vai ficando cada vez mais difícil cobrir os reparos nos veículos. Quando as pessoas fazem parte de uma associação que não tem muitos clientes, que ainda está no começo, consegue ter a demanda atendida. O difícil é quando o número de associados aumenta”, conta Edmilson.

O Sincor/AL alerta sobre a importância de procurar um corretor habilitado na hora de contratar um seguro e não simplesmente fechar negócio com um vendedor qualquer só porque ele oferece um produto semelhante a um preço mais acessível.

“As pessoas precisam estar atentas porque o barato pode sair caro. Para ser um profissional habilitado, um corretor de seguros, a pessoa faz um curso, que tem duração de nove meses, pela Escola Nacional de Seguros. Lá, ela passa a estudar não só sobre seguros, mas vê matérias como matemática financeira, ética profissional, obrigações contratuais e responsabilidade civil, por exemplo. Eis a diferença de comprar um produto com o corretor que passa nove meses estudando e um aventureiro que está tentando enganar o segurado. Essas outras pessoas não tem nenhum preparo, são oportunistas”, ressalta Edmilson.

José dos Santos teve a sorte de perceber que a associação não oferecia nenhuma garantia antes mesmo de precisar usufruir do serviço. Ele decidiu procurar um corretor habilitado e fazer um seguro legalizado depois de saber que um colega acionou a associação e não teve a assistência que precisava. “Quando eu soube dessa história percebi que o preço baixo na verdade era uma enganação, porque nós pagamos menos, mas em compensação não temos o apoio na hora que mais precisamos”, fala.

Para não precisar contar com a sorte, o melhor mesmo é fechar negócio com um corretor habilitado. Uma relação com os profissionais que atuam legalmente em Alagoas pode ser solicitada no próprio Sincor/AL, por meio do telefone (82) 3326-1029. Outras informações também podem ser encontradas no endereço eletrônico www.sincor-al.com.br.

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