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Apólice popular traz dúvidas a instituições e corretores

Fonte: Valor Econômico

Por Felipe Marques | De São Paulo

Seguradoras e corretoras de seguros mostraram que, apesar de regulamentados, ainda existem dúvidas no mercado sobre os seguros com tíquetes menores, voltados para a baixa renda - os microsseguros. Essa foi a tônica do seminário "Microsseguros e Microcrédito, fatores de inclusão social", promovido pelo Valor Econômico ontem em São Paulo.

As regras para essa modalidade de seguro foram divulgadas no fim de junho pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). O caso do grupo segurador Banco do Brasil e Mapfre ilustra o entrave pelo lado das seguradoras. O BB-Mapfre ainda não decidiu se criará uma seguradora específica para trabalhar com apólices de microsseguros. Essa é uma das razões de não ter enviado pedido ao órgão regulador para atuar no setor.

"Vamos esperar as regras de capital mínimo e de provisões técnicas, que ainda não foram publicadas, para saber se vamos abrir uma empresa nova", disse Bento Zanzini, diretor geral do grupo segurador. Ele ressalta, porém, que essa indecisão não impede que o grupo trace suas estratégias quanto aos produtos que irá oferecer. Na visão dele, a rede de distribuição do banco, que hoje conta com as agências dos Correios, será um ponto fundamental para o microsseguro.

É justamente a distribuição o ponto mais sensível da nova regra de microsseguros pelo lado dos corretores. Pela regulamentação publicada pela Susep, a modalidade poderá ser comercializada por correspondentes bancários ou estabelecimentos comerciais credenciados pela autarquia.

"Eu não vi em momento nenhum a exigência de formação para correspondentes bancários e correspondentes de microsseguros, como acontece com os corretores", disse Adevaldo Calegari, diretor da área de microsseguros do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP). "O corretor de seguros tem em média 30 horas de treinamento."

"Esses canais não estão substituindo os corretores de seguro em momento nenhum", diz Maria Augusta de Queiroz Alves, representante da Susep. Ela argumenta que os novos canais de venda serão essenciais para atingir a população que hoje não tem apólices de seguro e que o corretor terá um papel de "conscientização" entre os novos consumidores.

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