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Corretoras entram na briga da previdência privada

Fonte; Valor Econômico

Ricardo Corrêa, da Ativa: instituição busca ampliar oferta na previdência

Lutadores usando luvas de boxe se encaram em um ringue e o duelo de três rounds é anunciado. Mas não se engane. Não se trata de um campeonato de boxe ou de uma luta do Ultimate Fighting Championship (UFC). É a peça publicitária da corretora Um Investimentos. A batalha se dá entre ela e investidores que possuem plano de previdência privada. No primeiro "round", compara-se a taxa de administração do plano atual do aplicador com o da corretora; no segundo, a de carregamento; no último, a rentabilidade nos últimos três anos. Se o investidor vencer, pode fazer um dos cursos da corretora sem pagar nada. Se perder, nada acontece. Ele terá, porém, conhecido outra opção de plano de previdência privada.

A Um Investimentos incluiu os fundos de previdência privada em sua prateleira neste mês. Ela não está sozinha. A Ativa Corretora e a XP Investimentos já oferecem essa modalidade. E, depois de ampliar o portfólio de produtos, passando a oferecer também fundos de investimento, duas outras corretoras ouvidas pelo Valor se preparam para seguir o mesmo caminho.

Os fundos oferecidos pela Um, geridos pela Mapfre, não cobram taxa de carregamento e têm taxas de administração que variam de 0,25% até 0,8% ao ano. O objetivo é captar R$ 50 milhões até o fim do ano. Para tal, além da campanha promocional, a corretora tem dado cursos de previdência privada em empresas e firmado parcerias com lojas varejistas. "Por meio de uma pesquisa de mercado, concluímos que 78% dos investidores com plano de previdência complementar não sabem bem o que é o produto e em quais aplicações exatamente investem", diz Thiago Audi, gerente comercial da Um.

Os fundos de previdência privada se somam aos de outras categorias oferecidos pela Um desde 2005. Após a crise de 2008, Audi notou um grande aumento na demanda pelos fundos de investimentos em geral. "Os clientes têm buscado outras soluções", diz ele. O objetivo agora é ampliar o leque de fundos e seguir fomentando a venda por meio de agentes autônomos.

A Ativa tem em sua prateleira fundos de previdência geridos pela Icatu, sem taxa de carregamento, e já busca outras opções para o cardápio. "Partimos do entendimento de que existem clientes que não têm tempo ou não querem se dedicar à montagem do portfólio para a previdência", afirma Ricardo Corrêa, analista-chefe da corretora.

Em enquete com seus clientes, a CGD Securities, ex-Banif, descobriu que grande parte deles já possuía planos de previdência fora da casa ou tinha a intenção de contratar um. Começou a estudar, então, a possibilidade de oferecer esse tipo de produto na própria prateleira. "Muito provavelmente vamos lançar fundos de previdência em breve", afirma Bruno de Giorgio, diretor da CGD Securities.

Para ele, os planos de previdência atraem os clientes pela regularidade obrigatória no pagamento, que impõe disciplina, e pelos benefícios fiscais. Oferecê-los então, diz, faz parte da estratégia de permitir que o cliente tenha uma visão completa, em um único ambiente, do que precisa para fazer seu planejamento financeiro.

A Alpes Corretora, que começou a distribuir fundos neste mês, também já pensa em ampliar sua prateleira com a inclusão de planos de previdência. E a Planner Prosper não descarta a possibilidade de oferecer este tipo de produto. Por enquanto, entretanto, ajuda o cliente a construir uma carteira para a aposentadoria com vários fundos. Desde que o investidor seja disciplinado, é possível fazer assim, diz Priscila Vargas, gestora comercial da Planner Prosper.

"Se o cliente não observar a taxa de administração, os custos de ingresso e a tributação, o fundo de previdência pode ser menos interessante do que um planejamento próprio", conclui.

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