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MS: Jovens condutores são os responsáveis por 32% dos acidentes graves no trânsito da Capital

Fonte: Capital News

Os jovens condutores são os responsáveis por 32% dos acidentes graves e fatais que ocorreram em 2011 e 2012 na cidade de Campo Grande, é o que revela a Chefe de Divisão para o Trânsito da Agetran e Coordenadora do Placar da Vida, Ivanise Rotta.



Segundo ela informa, a alta velocidade somada ao consumo de bebidas alcoólicas na faixa etária de 18 a 24 anos são os principais motivos das 67 mortes que aconteceram de 1º janeiro/2012 até nesta segunda-feira (13/08).

Desde que foi inaugurado o Placar da Vida no dia 11 de maio 2011, foram 199 mortes no trânsito da Capital. “O uso de celular dirigindo também é outro fator que contribui para o risco de acidente, pois retira a atenção” informa.


Ivanise Rotta
Foto: Deurico/Arquivo Capital News

Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) confirmam esta tendência da população jovem em se envolver em acidentes.

O número de condutores de 18 a 24 anos que sofreram em julho-2012 foi de 222, o que representa 23% do total de 966 acidentes com vítimas.

A maior parte destes condutores tem entre um e cinco anos de carteira sendo 27% de 960 acidentes com vítimas registrados.

As agências seguradoras de automóveis já conhecem este fator de risco, tanto que o seguro em nome de um jovem é mais do que o dobro do valor se comparado com o seguro feito para o adulto.

Uma seguradora de Campo Grande, consultada pela equipe do Capital News, disse que um carro Gol 2012, por exemplo, para uma mulher de 45 anos, o seguro sairia em média R$ 1.800 enquanto que este mesmo carro para um jovem subiria a R$ 3.900.

Propriedade/CNH

A frota de motos em Campo Grande está em torno de 130 mil segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS). Para comprar uma moto não é necessário apresentar a Carteira Nacinal de Habilitação, é simples, basta ter crédito na praça.

O Deputado Estadual Marquinhos Trad elaborou em 2011 um Projeto de Lei que exigia a presença obrigatória da Carteira Nacional de Habilitação, que, segundo o projeto, contribuísse para a baixa de acidentes fatais no trânsito e prejuízo a saúde pública. Entretanto, este projeto não passou pelo CCJR da Assmbleia Legislativa por entender que fere o Direito Constitucional a propriedade.


São emplacadas numa rede de concessionária em média 500 motos todo o mês
Foto: Deurico/Capital News

População/ acidentes

Enquanto que a população em Campo Grande cresceu nos últimos cinco anos 10% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados do Detran-MS apontam que a proporção de acidentes referentes ao mês de julho é maior do que o crescimento populacional.

Acidentes envolvendo carros, motos e pedestres têm sido visto com mais freqüência, o que demonstra que Campo Grande já não é mais a mesma há anos.
Em julho/1997, os acidentes envolvendo carros, motos e pedestres foi 661, enquanto que julho/2012, foi 1008 acidentes, ou seja, 52% a mais em cinco anos. Em Campo Grande as pessoas dizem sentir medo da violência dos condutores.

O casal Rodrigo Marcelli e Flávia Marelli disseram que viram o aumento da frota de carros devido aos congestionamentos da cidade. “Sinto receio de dirigir, é bem complicado aqui” afirmam.

Rodrigo Marcelli e Flávia Marcelli
Foto: Deurico/Capital News

Antônio Oliveira dos Santos é mototaxista e mora em Campo Grande há vinte anos. Ele disse que observa que a frota de moto multiplicou nos últimos anos. “É estressante dirigir. Além de todos os problemas que já temos, têm partes da cidade que tem “bocas de lobo” abertas, isso também influência no tráfego” acredita.

Antônio Oliveira
Foto: Deurico/Capital News

Pedro Teixeira é comerciante e enfrenta diariamente o trânsito que ele considera “caótico” por falta de planejamento das avenidas. “Eu venho de Brasília que é uma cidade planejada, aqui noto que não houve a preocupação com relação ao aumento da frota” acredita.

Motos/vendas

Somente em uma rede de lojas que vende motos da Honda, em 2011 foram vendidas ao mês cerca de 800 motos.

Neste ano diminuiu a comercialização por causa da exigência maior dos bancos para financiamento, mas, ainda assim, ao mês são emplacadas nesta rede de concessionária Honda 500 motos em Campo Grande.

De acordo com o proprietário da concessionária, Tomas Karl, o grande público que compra motos tem entre 25 e 35 anos e são da classe C e D. “ Houve uma migração de carros para motos porque a parcela é menor e também consumo de combustível é menor”, informa. A maior venda é o modelo de baixa cilindrada, a Fan 125 e Biz.

Tomas Karl
Foto: Deurico/Capital News

Karl disse que quando se adquire uma moto, é oferecido gratuitamente de 4 horas aulas sobre Direção Defensiva, mas nem todos optam por realizar o curso. “Geralmente, a maior parte que faz são as mulheres com acima de 35 anos, mas, pelo que sabemos, quem mais precisaria freqüentar o Direção Defensiva são os jovens, mas isso dificilmente acontece” afirma.

Para ele, o grande problema do trânsito não é o carro nem a moto, e sim a má formação do condutor.

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