Breaking News

Greve deixa motoristas sem reboque


Fonte: Diário do Vale

A queda de braço entre as empresas que prestam serviços de reboque e as seguradoras está causando transtornos aos motoristas. De acordo com o Delegado do Sindicato dos Corretores do Sul Fluminense, Luiz Henrique da Silva Souza, o problema vem da dificuldade na negociação entre as partes.

- Nos últimos dias nós temos recebido reclamações tanto de clientes quanto de corretoras sobre a greve. O segurado pede o serviço para a empresa e ela informa que não pode atender, pois as operadoras estão em greve e orientam o segurado a contratar o serviço particularmente e que depois serão ressarcidos para a seguradora - revelou.

- Eu tive a informação de que há seguradoras recorrendo aos serviços de uma prestadora de serviços de outras regiões, e não do Sul Fluminense, com isso acaba acarretando atrasos no atendimento - completou.

Levy Caldeira, proprietário de uma corretora de seguros, contou que já aconteceram alguns casos, e o último ocorreu no domingo, dia 21.

Ele disse que teve que pedir ajuda para uma empresa de reboque de Volta Redonda para atender um cliente e ainda teve que assumir a responsabilidade pelo pagamento, pois o segurado não concordou com a proposta da Seguradora de solicitar um reboque particular e pagar pelo serviço, que já foi pago em contrato, quando contratou o seguro.

Reboquistas

Os reboquistas autônomos e que prestam serviços de emergência para seguradoras reclamam da demora por negociações entre os profissionais e o sindicato das empresas. Eles acusam as seguradoras de praticar retaliações contra os profissionais que aderiram à greve e de forçá-los a trabalhar com um valor que não cobre suas despesas.

Segundo um dos representantes do movimento na região, Alberto José de Souza, as empresas estão realizando uma espécie de leilão às avessas.

- Eles não negociam com o grupo. Nós estamos sendo coagidos a diminuir nosso preço, se não, eles ameaçam que vamos perder volume de serviço - contou.

Alberto disse que a categoria hoje possui um sindicato fundado, mas ainda não podem exercer pela falta da carta sindical.

Ele ainda explicou como tem sido a articulação por parte dos contratantes.

- As seguradoras e empresas de assistências (responsáveis por contratar os serviços de reboque) estão indo conversar individualmente com cada prestador de serviço, e com isso, tirando a força do grupo. Eles dizem que nós estamos fora da realidade, e fazem um leilão com o nosso trabalho. Eles explicam que para dar prioridade ao serviço de uma determinada empresa nós devemos aceitar a proposta por um preço X, e conversam com outra empresa dizendo, "olha a empresa A está me cobrando R$ 60, para eu dar preferência a você temos que adequar seu serviço por um valor mais baixo". E dessa forma, o profissional é obrigado a aceitar, se não perde serviço, mas, infelizmente com isso acaba tendo um prejuízo - afirmou.

Exigências

Alberto esclareceu que a categoria reivindica o aumento da tarifa repassada pelos seguradores, uma vez que atualmente há uma defasagem muito grande, e que os custos têm sido maiores que os ganhos. Ele contou que o valor da saída diminuiu e o do combustível subiu ao longo dos anos.

Por esse motivo a categoria reivindica algumas melhorias na cobrança de serviços.

- Nós queremos uma tabela única para todos os prestadores de serviço, para que possamos ser contratados pelo serviço e não preço. Além disso, buscamos um reajuste de 40%, em média, sobre o valor da saída, e 25% de reajuste, em média, pelo quilômetro excedente. E a data base para acontecer um reajuste anual - informou.

Resposta

O DIÁRIO DO VALE entrou em contato com o Sindicato das Seguradoras do Estado do Rio de Janeiro e conversou com o vice-presidente Roberto Santos.

Segundo Roberto, quem pratica o leilão reverso não são as seguradoras, e sim, as empresas de assistências que são contratadas pelas seguradoras para contratarem o serviço de reboque.

- As seguradoras não tem qualquer tipo de vínculo com as empresas de assistência fora o contrato. Quem pratica o leilão reverso são elas, que negociam diretamente com as prestadoras de serviço (empresas de reboque). As seguradoras pagam X reais por cada seguro pago, e as empresas assistenciais recebem X reais por cada veículo que utiliza o serviço. As empresas de assistência não fazem parte das seguradoras, mas o que elas praticam acaba respingando na gente de uma forma indireta. Quando a pessoa está parada na estrada e acontece o atraso ela já pensa na seguradora - disse.

O vice-presidente afirmou que nessa situação não há nada que se possa fazer, a não ser uma negociação direta entre empresas de assistência e prestadoras de serviço, como acontece atualmente.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario