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Plural entra para o mercado de resseguros com a Terra Brasis

Fonte  Valor Econômoco

Por Thais Folego | De São Paulo

Depois de quase dois anos de espera, a Terra Brasis, do banco de investimentos Brasil Plural, finalmente recebeu autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para atuar como resseguradora local no Brasil - segmento que tem reserva de 40% do mercado de resseguro brasileiro. A companhia vai disputar mercado com o IRB e mais dez empresas do segmento que, juntas, devem faturar R$ 4,3 bilhões este ano.

A Terra Brasis tem capital inicial de R$ 100 milhões e o controle acionário será exercido por Rodolfo Riechert e André Schwartz, fundadores e principais executivos do Brasil Plural (antes conhecida como Plural Capital) e comandantes do conselho da nova companhia.

A empresa vai atuar em todas as linhas de negócios: patrimonial, engenharia, transportes, marítimo, aviação, responsabilidade civil, óleo e gás, agricultura, riscos financeiros e vida.


O Brasil Plural e sócios têm 80% de participação acionária na empresa; o International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos privados do Banco Mundial, tem 15%; e a diretoria da resseguradora os outros 5%.

A companhia será liderada por um mix de executivos com grande experiência no mercado de seguros e profissionais que vieram do mercado financeiro. Paulo Botti, presidente da Terra Brasis, trabalhou por mais de 30 anos na Itaú Seguros, onde foi vice-presidente. Carlos Zoppa (diretor técnico) e Carlos Luporini (diretor financeiro e de operações) também são ex-diretores da Itaú Seguros.

Do mercado financeiro vem Rodrigo Botti, que passou os últimos dez anos em Nova York entre Deutsche Bank e Citi, vai comandar a diretoria de riscos. Para a diretoria de investimentos, Bernardo Nolasco vem do Plural. Ao todo, a companhia começa com um time de 32 profissionais. A meta para os próximos três anos é ter participação de 2% do mercado total de resseguros, o equivaleria hoje a um faturamento de R$ 124 milhões.

A criação da mais nova companhia do ramo se deu a partir do encontro dos interesses de Botti, Zoppa e Luporini, que vislumbraram oportunidades com a abertura do mercado de resseguro em 2008 - após a quebra do monopólio do IRB - com os interesses dos sócios do Plural no mercado. A primeira reunião entre eles ocorreu em meados de 2010. Em setembro eles fecharam o acordo de acionistas e em novembro daquele ano entraram com o processo de autorização na Susep.

A licença demorou um ano e dez meses para sair, mais do que o previsto, pois a entrada do IFC em maio de 2011 postergou o processo de licença e exigiu ajustes na governança.

Com a Terra Brasis, o Plural passa a integrar o grupo de bancos de investimentos com um pé no mercado de seguros. O primeiro foi o Fator, que abriu uma seguradora em 2008. Depois, vieram a seguradora e resseguradora Austral, da Vinci Partners, e agora a Terra Brasis. Já o BTG Pactual aguarda autorização para abrir uma seguradora e uma resseguradora.

Coincidentemente ou não, Vinci, Plural e BTG têm entre seus principais sócios executivos que passaram pelo Pactual "original": Rodolfo Riechert e André Schwartz (Plural); André Esteves (BTG); e Alessandro Horta e Gilberto Sayão (Vinci). "São executivos que têm expertise local e se tornaram grandes competidores do mercado de banco de investimento brasileiro. Acredito que na área de resseguros eles devam fazer a mesma coisa e aumentar a participação de empresas nacionais neste mercado", diz Paulo Botti.

Ele lembra que este também é um movimento que ocorre no exterior, onde o principal expoente é a Berkshire Hathaway, empresa de resseguro de Warren Buffet. Goldman Sachs entrou neste mercado neste ano com a

Compra da Ariel Re.

Com a autorização da Terra Brasis, agora são 12 as resseguradoras locais operando no Brasil, número que deve crescer, já que o BTG e a AGCS (do grupo Allianz) também aguardam autorização para atuar. Desses, nove são estrangeiros, assim como as mais de 100 resseguradoras eventuais e admitidas - categoria que não tem reserva de mercado e precisa de pouco capital para atuar no país.

De janeiro a julho, as resseguradoras locais faturaram R$ 2,019 bilhões em prêmios de resseguro, 36% superior ao mesmo período de 2011, segundo os últimos dados da Susep reunidos pela Siscorp, empresa que compila dados do setor. A Terra Brasis projeta que o mercado total de resseguros (companhias locais, eventuais e admitidas) feche 2012 com faturamento de R$ 6,2 bilhões, sendo 67% para as resseguradoras locais e 33% para o restante.

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