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Seguradoras miram mercado de US$ 64 bi do entretenimento


Fonte: Brasil Econômico

Empresas veem suas carteiras crescerem até 40% ao ano com avanço do segmento de shows, filmes e eventos sociais e esportivos
Seguradoras que trabalham com apólices de entretenimento, voltadas a produções cinematográficas, shows e eventos esportivos, apresentam crescimento de até 40% ao ano nas vendas. O movimento não é à toa: o setor deve avançar a uma taxa de 10,6% ao ano até 2016, quando os gastos de consumidores e publicidade chegarão a US$ 64,8 bilhões, segundo a PriceWaterhouseCoopers.

O mais comum é essas apólices serem contratadas pelos organizadores do evento, beneficiando artistas que participam, os espectadores e também patrocinadores e financiadores. Elas cobrem danos a terceiros e equipamentos, cancelamento do evento e também perda financeira.

Juliana Santos, executiva da Chubb, conta que a seguradora começou a oferecer a apólice em 2001, sendo a primeira para o Rock´n Rio, que envolvia entre outras coisas ressarcimento por cancelamento do evento. “Em 2001, fazíamos cerca de 20 a 30 apólices por mês, entre feiras, congressos, festas, shows e filmes, e hoje fazemos entre 250 a 300”, conta a executiva, que credita o avanço à maior profissionalização dos organizadores.

Na Allianz, o crescimento da área de entretenimento está entre 30% e 40% ao ano. “Moldamos a apólice de acordo com a necessidade do cliente”, diz Edson Toguchi, superintendente de grandes riscos. O nível das indenizações pagas, segundo o executivo, é baixo. “Normalmente temos algo de danos a terceiros, como uma pessoa que se acidentou por falta de sinalização no local de evento.”

Paulo Calassa, da BR Insurance, conta que a corretora foi responsável por 300 apólices em 2011, contra 100 apólices em 2010. “Hoje os eventos têm números exorbitantes e os patrocinadores exigem a cobertura.” Ele afirma que seguradoras multinacionais que tinha conhecimento e faziam as coberturas no exterior não traziam para o Brasil por falta de demanda, o que já não é mais a realidade.

Hoje, até mesmo os artistas envolvidos pedem o seguro. Calassa conta que fez uma campanha publicitária de uma pessoa famosa que escalava um prédio na Avenida Paulista, em São Paulo. “Tivemos reuniões com os advogados porque queriam todos os tipos de seguro, até para perda de renda caso a pessoa viesse a se machucar e não pudesse fazer outras propagandas.”

Filmes

O crescimento do mercado faz surgir novos competidores como a americana LCI. “Iremos começar as atividades no Brasil em breve”, disse com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO Eduardo Carrillo, da consultoria especializada em disponibilizar apólices para realização de produções cinematográficas e que, ao longo de seus 47 anos, ofereceu mais de 50 tipos de coberturas para 85 mil filmes e produções.

“O crescimento econômico do Brasil faz com que as pessoas tenham mais dinheiro para os negócios e, assim, há mais recursos para investir em entretenimento. Isso é o que diferencia a economia daqui das demais.” Na região, a LCI já tem escritórios no México, Colômbia e Argentina.

Entre as novidades que a empresa planeja trazer ao Brasil, está o seguro garantia para investidores, na eventualidade de cancelamento da produção ou, inclusive, se houver contingências que tornem as produções mais caras ou que possam impedir a finalização do filme.

De acordo com Carrillo, o Brasil ainda tem um caminho longo a perseguir. Por aqui, são produzidos de 40 a 60 filmes por ano com orçamentos de US$ 1,5 milhão a US$ 5 milhões, enquanto no México são de 80 a 90 com valores entre US$ 2,5 milhões e US$ 5 milhões.

“As produções destes países possuem orçamentos muito baixos se comparados com os Estados Unidos. Por lá, um filme com orçamento pequeno é de US$ 20 milhões”, afirma o executivo.

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