BB prepara oferta de ações da seguradora
Fonte Valor Econômico
O Banco do Brasil (BB) vai separar todas as atividades das áreas de seguro, capitalização e previdência em uma nova empresa, a BB Seguridade. Depois de criada a nova companhia, o banco pretende fazer uma oferta inicial de ações da BB Seguridade no Novo Mercado da bolsa de valores.
Em um ano em que as ações dos bancos - e principalmente do BB - vêm sendo castigadas por causa da investida do governo pela redução do custo dos empréstimos, a notícia animou os investidores. Ontem, os papéis do BB subiram 1,77%, enquanto o Ibovespa caiu 1,45%. No ano, porém, as ações do BB ainda acumulam queda de 2,39%.
A principal vantagem que a operação deve trazer é tornar mais claro o valor da área de seguros do BB, hoje encoberto pelas demais atividades do banco. "[Hoje] o valor da atividade de seguros não é evidenciado pelo mercado. Como o banco tem uma carteira grande de crédito, o que impacta positivamente ou negativamente na ação do banco é isso", diz Alexandre Abreu, vice-presidente de varejo do BB.
Em relatórios distribuídos ontem, diversas casa de análise ressaltaram que as seguradoras são negociadas na bolsa a múltiplos mais interessantes do que os bancos. A relação preço/lucro para este ano do conglomerado do BB é de 5,5 vezes, enquanto as ações de Porto Seguro e SulAmérica são negociadas a quase 12 vezes.
Apesar de não ter tanta visibilidade, a seguradora do BB tem 18% do mercado, segundo cálculos do Barclays, só perdendo para a Bradesco Seguros. Também é responsável por 15% do resultado do BB nos últimos 12 meses, com R$ 1,5 bilhão de lucro líquido.
Não dá para ignorar que, como uma companhia separada, o preço de mercado da BB Seguridade vai escapar da pressão que os investidores estão exercendo nos papéis do banco por causa da ação do governo contra os spreads. "Em seguros, a conversa é outra porque esse é um segmento que o governo tem interesse em desenvolver no país", diz um analista.
Em comunicado, o BB afirmou que a oferta de ações da nova empresa, prevista para 2013, deve contemplar o lançamento de papéis detidos pelo banco e também de novas ações. Segundo fonte próxima à instituição, porém, todo o processo ainda está em fase inicial. Por enquanto, não foi contratado o sindicato de bancos que coordenará a oferta e o modelo da operação não está definido. "Ainda é tudo muito preliminar", diz.
Segundo Abreu, os recursos que podem ser levantados na bolsa pela BB Seguridade devem ser usados pela companhia para o crescimento orgânico e também para aquisições. O executivo lembrou do interesse do BB em comprar uma parte da participação acionária que o Tesouro tem hoje no ressegurador IRB-Brasil Re. É um plano que foi anunciado em 2009, mas que não foi concretizado até agora.
Negócios na área de corretagem para os ramos de planos odontológicos e saúde também estão na mira do BB, que quer utilizar suas agências como rede de distribuição de produtos de terceiros. A partir da criação da BB Seguridade, o banco avalia que parceria com a Odontoprev, anunciada ainda em 2010, finalmente deslanche.
Para abarcar novas associações, o banco optou por organizar a BB Seguridade em duas unidades: a BB Cor Participações, para negócios de corretagem, e a BB Seguros. Hoje o BB já tem parcerias com outras empresas como a Mapfre, as companhias de capitalização Icatu e Aliança da Bahia e com a Principal Financial do Brasil, para planos de previdência. Tudo isso ficará debaixo da BB Seguridade.
Com a abertura do capital da BB Seguridade, o BB também terá ganhos em termos de capital. Pelas regras de Basileia 3, que devem entrar em vigor em 2013, o peso das atividades de seguro vão consumir mais capital dos bancos. "Ao listar a unidade de seguros, a dedução [de capital] será menor", afirma o Goldman Sachs em relatório. Hoje, o BB tem um índice de Basileia de 14,8%.
O vice-presidente do BB não cita números. "Não sabemos ainda qual será o tamanho do impacto, mas, a princípio, o efeito no índice deve ser positivo", avalia Abreu. (Colaborou Talita Moreira)
O Banco do Brasil (BB) vai separar todas as atividades das áreas de seguro, capitalização e previdência em uma nova empresa, a BB Seguridade. Depois de criada a nova companhia, o banco pretende fazer uma oferta inicial de ações da BB Seguridade no Novo Mercado da bolsa de valores.
Em um ano em que as ações dos bancos - e principalmente do BB - vêm sendo castigadas por causa da investida do governo pela redução do custo dos empréstimos, a notícia animou os investidores. Ontem, os papéis do BB subiram 1,77%, enquanto o Ibovespa caiu 1,45%. No ano, porém, as ações do BB ainda acumulam queda de 2,39%.
A principal vantagem que a operação deve trazer é tornar mais claro o valor da área de seguros do BB, hoje encoberto pelas demais atividades do banco. "[Hoje] o valor da atividade de seguros não é evidenciado pelo mercado. Como o banco tem uma carteira grande de crédito, o que impacta positivamente ou negativamente na ação do banco é isso", diz Alexandre Abreu, vice-presidente de varejo do BB.
Em relatórios distribuídos ontem, diversas casa de análise ressaltaram que as seguradoras são negociadas na bolsa a múltiplos mais interessantes do que os bancos. A relação preço/lucro para este ano do conglomerado do BB é de 5,5 vezes, enquanto as ações de Porto Seguro e SulAmérica são negociadas a quase 12 vezes.
Apesar de não ter tanta visibilidade, a seguradora do BB tem 18% do mercado, segundo cálculos do Barclays, só perdendo para a Bradesco Seguros. Também é responsável por 15% do resultado do BB nos últimos 12 meses, com R$ 1,5 bilhão de lucro líquido.
Não dá para ignorar que, como uma companhia separada, o preço de mercado da BB Seguridade vai escapar da pressão que os investidores estão exercendo nos papéis do banco por causa da ação do governo contra os spreads. "Em seguros, a conversa é outra porque esse é um segmento que o governo tem interesse em desenvolver no país", diz um analista.
Em comunicado, o BB afirmou que a oferta de ações da nova empresa, prevista para 2013, deve contemplar o lançamento de papéis detidos pelo banco e também de novas ações. Segundo fonte próxima à instituição, porém, todo o processo ainda está em fase inicial. Por enquanto, não foi contratado o sindicato de bancos que coordenará a oferta e o modelo da operação não está definido. "Ainda é tudo muito preliminar", diz.
Segundo Abreu, os recursos que podem ser levantados na bolsa pela BB Seguridade devem ser usados pela companhia para o crescimento orgânico e também para aquisições. O executivo lembrou do interesse do BB em comprar uma parte da participação acionária que o Tesouro tem hoje no ressegurador IRB-Brasil Re. É um plano que foi anunciado em 2009, mas que não foi concretizado até agora.
Negócios na área de corretagem para os ramos de planos odontológicos e saúde também estão na mira do BB, que quer utilizar suas agências como rede de distribuição de produtos de terceiros. A partir da criação da BB Seguridade, o banco avalia que parceria com a Odontoprev, anunciada ainda em 2010, finalmente deslanche.
Para abarcar novas associações, o banco optou por organizar a BB Seguridade em duas unidades: a BB Cor Participações, para negócios de corretagem, e a BB Seguros. Hoje o BB já tem parcerias com outras empresas como a Mapfre, as companhias de capitalização Icatu e Aliança da Bahia e com a Principal Financial do Brasil, para planos de previdência. Tudo isso ficará debaixo da BB Seguridade.
Com a abertura do capital da BB Seguridade, o BB também terá ganhos em termos de capital. Pelas regras de Basileia 3, que devem entrar em vigor em 2013, o peso das atividades de seguro vão consumir mais capital dos bancos. "Ao listar a unidade de seguros, a dedução [de capital] será menor", afirma o Goldman Sachs em relatório. Hoje, o BB tem um índice de Basileia de 14,8%.
O vice-presidente do BB não cita números. "Não sabemos ainda qual será o tamanho do impacto, mas, a princípio, o efeito no índice deve ser positivo", avalia Abreu. (Colaborou Talita Moreira)
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