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Previdência: Novo cenário econômico incentiva a fazer ajustes

Fonte: Valor Econômico

Por Adriana Aguilar | Para o Valor, de São Paulo

 Carolina Wanderley, da Mercer: hora de negociar percentual mais baixo, para melhorar rentabilidade dos planos

As empresas de previdência tiveram de fazer ajustes na taxa de carregamento e na taxa anual de administração, com a queda da taxa básica de juro nos últimos anos. No atual patamar da Selic (7,25% ao ano), o rendimento líquido dos planos de previdência de renda fixa, atrelados ao Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), não alcançaria 1% se descontada a taxa de inflação (ao redor de 4%) e uma possível taxa de administração de 2%.

Na avaliação do presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flavio de Oliveira, no futuro, em algum momento, a taxa de carregamento deixará de existir. Em 2011 e 2012, algumas empresas de previdência deixaram de aplicar a taxa de carregamento no momento do aporte de recursos. A cobrança, no entanto, ocorreu na retirada do dinheiro, dependendo do prazo de permanência do cliente no fundo e do volume de recursos.

Com relação à taxa de administração, a cobrança anual de 3% a 4% nos fundos de previdência já está sendo ajustada. A Caixa Seguros, por exemplo, optou por reduzir, em 2012, as taxas de administração de alguns fundos de investimento em que são aplicados os recursos da previdência. Com taxa de administração a partir de 0,5% ao ano para renda fixa e a partir de 1,25% ao ano para renda variável, permitiu maior diversificação e rentabilidade aos planos de previdência.

O HSBC Seguros, segundo o diretor Fu Hai, cobra 1,4% em média para os fundos de previdência de renda fixa direcionados ao público de alta e média renda. Na Brasilprev, os percentuais de carregamento e administração, bem como o formato de composição da carteira, estão sendo revistos desde 2007, informa o gerente de Inteligência de Negócios da empresa, Sandro Bonfim da Costa.

A Icatu Seguros decidiu cobrar taxa de administração de 1% para os fundos de previdência novos em que os aportes iniciais sejam de R$ 10 mil. Nos produtos antigos, com taxas variando de 0,7% a 2%, não houve alteração nos percentuais. "Os planos com taxa mais elevada têm de entregar resultados maiores aos clientes", afirma o superintendente comercial, Sérgio Prates.

A taxa de administração dos planos de previdência da BB Mapfre varia de 1% a 2%. "O percentual é atrativo para diferentes segmentos de clientes", diz Eduardo Freitas, vice-presidente da área de previdência, vida resgatável e saúde

Um estudo realizado pela consultoria NetQuant mostra que os fundos de previdência aberta com menores taxas de administração apresentam, em média, maiores retornos. O fato contraria o argumento do setor de que os fundos com maiores taxas são os mais ativos, com maiores retornos, em média. "Observamos que há produtos de previdência caros, com taxa de administração alta e rendimento muito baixo", afirma o sócio da consultoria NetQuant, Marcelo Nazareth.

Mesmo em planos empresariais (VGBL e PGBL) contratados no passado, quando a taxa básica de juro estava mais alta, não houve redução da taxa anual de administração. "Com o novo cenário econômico, a empresa deve negociar com a seguradora um percentual mais baixo para a melhor rentabilidade do plano", explica a consultora sênior de Previdência da Mercer, Carolina Mazza Wanderley.

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