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Seguro de aparelhos eletrônicos cai no gosto do consumidor


Fonte: Correio24horas

Proteção cobre perda de iPhone, tablet ou câmeras. Veja as regras

Proteção cobre perda de iPhone, tablet ou câmeras


“Comprei meu primeiro iPhone felizona... dois meses depois eu fui para o Sauipe Folia e lá me roubaram ele. Quando fui na delegacia, de lá mesmo, fazer o boletim de ocorrência, tinham mais 12 pessoas na mesma situação: iPhone 4 roubado”. Foi depois dessa desagradável experiência que a administradora Thais Velloso decidiu fazer um seguro pro seu smartphone.  “Fui roubada no sábado, comprei outro no domingo e fiz o seguro na segunda”, conta ela, que teve um prejuízo de cerca de R$ 2 mil.

Com as vendas de aparelhos eletrônicos portáteis, batendo recordes e os números da violência  no Brasil cada vez menos animadores, fazer seguro para iPhone, tablet ou câmera fotográfica tem sido uma prática recorrente. “As pessoas estão começando a descobrir essa possibilidade devido à popularização desses aparelhos. Ainda não existem dados concretos sobre esse crescimento, mas nós, corretores, temos sentido uma alta  nos últimos tempos”, conta Nilton Pereira Dias, especialista em seguros e diretor comercial da Seguralta Franchising, maior rede de franquias do mercado de seguros do país.

Segundo ele, os valores dos seguros costumam variar entre 12% e 15% sobre o valor total do produto, descrito em nota fiscal. O valor médio para o seguro de um smartphone de R$ 1,5 mil, por exemplo, é de R$ 266 ao ano, valor semelhante ao de um tablet de R$ 1,7 mil: R$ 260 ao ano.

O seguro de Thais foi da Porto Seguro e, na época, custou R$ 240, em quatro parcelas. Esse ano, ela foi novamente ao Sauipe Folia, já com o aparelho novo e segurado. E, como manda a lei de Murphy, dessa vez ele voltou intacto. “E olhe que tirei foto com ele, expus muito mais que da primeira vez”, brinca.

Diferente de Thais, o designer Gabriel Kruschewsky fez uso de seu seguro. Ele conta que, em julho do ano passado, foi assaltado enquanto atravessava a rua, nas proximidades do Centro de Convenções. “Veio um rapaz com uma faca e mandou eu passar o dinheiro e o celular”. Depois disso, Gabriel conta que foi à delegacia registrar ocorrência, escreveu uma carta para a seguradora, pagou uma franquia de R$ 430, e recebeu um aparelho novo em 15 dias. 

A franquia, explica a superintendente do Procon, Gracieli Leal, é determinada pela seguradora no contrato. Não existe um limite regulamentado. “Os seguros são regidos pelo Direito privado, e o Procon não pode interferir. Quem determina o limite desse mercado é o consumidor, se está caro, não compre”, aconselha a especialista.

Para fazer um seguro desses, o procedimento é bem mais simples que o de carro.  Segundo o diretor da Seguralta, o seguro não encarece por conta de fatores de risco, como pegar ônibus com frequência, ou morar num bairro considerado perigoso. “O cliente deve apresentar um documento que comprove a legalidade da posse sobre o aparelho. A data de aquisição influencia no valor, ou seja, se o aparelho for mais antigo, o valor do seguro também diminui. Esses valores variam apenas em relação aos modelos”, explica.

E foi justamente por pegar ônibus com frequência que Gabriel optou pelo seguro. Ele conta que também tinha segurado seu iPad, mas depois de um ano, achou que era desnecessário e não renovou o contrato. “Eu uso ele mais dentro de casa mesmo, raramente levo para a rua”, justifica.

Apesar do notável crescimento das apólices de iPhones e iPads, o diretor Nílton revela que as câmeras fotográficas ainda são as campeãs. “As máquinas fotográficas profissionais e semiprofissionais ainda estão entre os objetos de desejo de ladrões, dentro e fora do país”, explica. Na Seguralta, segurar uma câmera de R$ 3,5 mil, por exemplo, custa em média R$ 306 ao ano.

Problemas
Mas nem tudo são flores para quem faz um seguro. O analista de suporte Vitor Valencia passou por tanto aborrecimento quando teve seu smartphone roubado, que acabou desistindo de reivindicar seus direitos e comprando outro aparelho do próprio bolso. “Ficavam me passando de um setor pro outro, naquela enrolação. Deixei pra lá para não esquentar a cabeça”, conta ele. Mas esquentou. No intervalo em que ficou com um celular reserva, sofreu um segundo assalto e levaram o aparelho. “Fui assaltado duas vezes no mesmo mês”, conta, agora rindo.

A turismóloga Tatiana Souza Santos também reclama da demora para ter seu aparelho ressarcido. Ela teve seu iPhone 4 furtado há mais de um mês, e até o momento, não recebeu um aparelho novo. “Só ontem chegou o e-mail da seguradora, dizendo que o pedido foi aprovado e que o aparelho chega em cinco dias úteis”, conta ela que, apesar de reclamar da burocracia e da demora, vai fazer o seguro de novo. “Sou muito distraída”.

Segundo a advogada especializada em Direito do Consumidor Larissa Muhana, o prazo para o ressarcimento do roubo deve ser determinado por contrato, mas não pode exceder 30 dias após o cumprimento de todas as exigências contratuais por parte do cliente. Ela também esclarece que caso o aparelho segurado não seja mais fabricado, a seguradora não é obrigada a fornecer uma versão mais moderna do aparelho.

“A seguradora é obrigada a pagar o valor do bem perdido à época do infortúnio, computando a sua desvalorização", explica.  Em outras palavras, se você perdeu um iPhone 3, não espere que a seguradora vá te dar um iPhone 4S. A não ser que isso esteja previsto no contrato. “É importante ler muito bem antes de contratar o serviço, para saber o que a cobertura inclui”, aconselha Gracieli Leal, do Procon.

E fique atento! Se você costuma esquecer seus aparelhos no táxi, ou no banheiro do bar, o seguro não irá cobrir. O ressarcimento só é feito se o furto puder ser comprovado (vidro do carro quebrado, testemunhas...). Também não espere ressarcimento em casos de acidentes caseiros, como derrubar o aparelho na piscina ou no vaso sanitário.

“O mais comum é cobertura para incêndio, raios, explosão e acidente com veículos terrestres e aeronaves. É possível também contratar a cobertura opcional para roubo e danos elétricos, além de garantia internacional e para acessórios”, acrescenta Nílson, da Seguralta. Mesmo assim, o jornalista Heider Mustafá decidiu não renovar seu seguro. “Sou a última opção dos bandidos. Tenho 1,95m, mãe”, ri.  

Garantia estendida é opcional
Assim como os seguros de eletrônicos, a garantia estendida costuma ser oferecida ao cliente pelo vendedor no momento da compra do aparelho. E não é novidade que muitos deles costumam insistir e até empurrar a garantia para o consumidor. A prática é ilegal, segundo a superintendente do Procon, Gracieli Leal.

"O cliente não pode ser induzido a contratar a garantia. O vendedor empurra porque ganha comissão em cima". Segundo ela, antes de assinar qualquer papel, o consumidor deve ser informado sobre todas as regras desta garantia, inclusive que ela só começa a vigorar depois que se esgotar o prazo de garantia normal.

"Muita gente não sabe. Aí o aparelho quebra e ele tenta acionar a garantia estendida e não consegue", explica a superintendente. "Em todos os casos, tem que ficar claro que a garantia estendida é opcional e facultativa".

Onde contratar
Porto Seguro:  www.portoseguro.com.br/ www.seguroiphone.com.br/ tel: 4004-76786 ou 0800 727 0800
Mapfre:  www.mapfreseguradora.com.br

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