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Agricultores e seguradoras temem que o governo não consiga cumprir o Plano Trienal do Seguro Rural

Fonte RuralBR

Seguradoras ainda cobram uma dívida de R$ 100 milhões do governo federal

                                           Apenas 10% das terras brasileiras são seguradas

O Plano Trienal do Seguro Rural (PTSR), divulgado na semana passada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), prevê R$ 1,3 bilhão, em parcelas até 2015, para o seguro de áreas agrícolas. A medida agradou a seguradoras e agricultores. O desafio, no entanto, é conseguir colocá-la em prática. O setor tem dúvidas em relação ao plano devido ao que ocorreu nos últimos dois anos, quando o governo cortou a receita, pagou com atrasos e ficou em dívida com as seguradoras.

No seminário do Seguro Rural, realizado em Piracicaba (SP), representantes do setor discutem o Plano Trienal, que tem por objetivo ampliar o índice de terras seguradas no país, que é de apenas 10%. Uma das causas do problema é a inexistência de um banco de dados com informações confiáveis.

– Basta ver que são apenas seis seguradoras que fazem isso. Era de se esperar que muitas estivessem interessadas neste projeto, e não há interesse devido às dificuldades. Banco de dados é um dos problemas, estrutura de pessoal para gerir o negócio é outro. Portanto, é necessária a formação da mão de obra desde o profissional de nível superior até o avaliador de risco da lavoura – avalia o presidente da Câmara Temática de Seguros do Agronegócio, José Américo Peón de Sá.

O presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Luiz Roberto Foz, gostou do plano, mas teme que ocorra o mesmo problema dos últimos anos.

– Ano a ano, o governo deve de R$ 160 milhões a R$ 170 milhões para as seguradoras e só paga em agosto do ano seguinte. Esses valores na seguradora são lançados a prejuízo.

De acordo com Foz, não é só a empresa que tem prejuízo. O agricultor também sai perdendo devido a um sistema equivocado de distribuição.

– O sistema de subvenção é distribuído proporcionalmente às necessidades das seguradoras. Mas o programa é do agricultor, não da seguradora. A verba deveria ir para a mão dele, para que ele pudesse procurar qual a seguradora que tem o produto e o serviço adequado. Significa que quando ele vai a uma seguradora e ela não tem mais subvenção, ele recorre a outra, até encontrar uma que tenha. O agricultor acaba comprando um produto que não é adequado pra ele. Seguradoras deveriam estar oferecendo produtos e taxas melhores – alega.

As seguradoras ainda cobram do governo uma dívida de R$ 100 milhões e projetam crescimento para 2013. O plano atual pretende dobrar o índice de terras agricultáveis seguradas no Brasil.

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