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Essor aposta na venda de seguro para erros estruturais em construções residenciais


Fonte: Sonho Seguro - Denise Bueno

Desbravar um mercado que ninguém se dispôs a conquistar. Esse foi o desafio que encorajou Fabio Pinho a trocar o comando de um resseguradora local para comandar a Essor Seguros. “O projeto me fascina dia após dia. Temos tanto a fazer. Meu maior concorrente hoje é a falta de cultura da indústria da construção com o seguro decenal”, comentou.

Até então o assunto era comovente. Uma história de vida profissional em ascensão, de um executivo que aos 48 anos chega ao comando de uma seguradora fruto da joint venture entre dois grupos franceses, Mutuelle des Architectes Français Assurances e Grupo Scor Global. Mas quando entrou a palavra “seguro decenal”, tudo ficou complicado. Afinal, o que significa isso?

Logo se percebe que realmente é verdade quando o executivo comentou que acha a paternidade a melhor profissão do mundo. Sorri e responde, como se fosse a primeira vez que dá uma aula sobre o assunto. “O seguro decenal protege o incorporador e o consumidor contra quaisquer danos estruturais da construção, como fundação alicerces, pilares, vigas, entre outros problemas que podem gerar perdas para a construtora.

O prazo de validade da cobertura é de 10 anos, sendo que cinco deles a seguradora indeniza a construtora, que legalmente é a responsável por erros técnicos segundo determina o Código Civil. Quando acaba a garantia da construtora, os investidores dos empreendimentos residenciais contam com mais cinco anos de garantia para danos cobertos pelo contrato”, explica. Ele lamenta o grupo não ter começado no Brasil quando os estádios de futebol da Copa estavam sendo licitados. “Poderíamos contribuir muito”, lamenta, lembrando que sem esse seguro quaisquer rachaduras, por exemplo, terão de contar com recursos públicos caso venham a apresentar problemas após cinco anos.

Essa tem sido a rotina de Pinho nos últimos quatro meses. Explicar para as pessoas o funcionamento de um produto que é popular na França, país onde é comercializado há 40 anos. Espanha opera com o seguro há 20 anos, China há 10 anos e o México há cinco anos. “No Brasil, somos pioneiros, o que exige do grupo um grande esforço de divulgação e aculturamento dos engenheiros, investidores”, diz.

A aceitação do produto, segundo ele, tem sido muito boa. Afinal, ninguém faz um prédio para cair. Mas erros acontecem e podem causar perdas significativas para as construtoras e para os clientes. “Quem não se lembra do caso Palace, no Rio de Janeiro”, lembra. Trata-se do desabamento do edifício na Barra da Tijuca, em fevereiro de 1988, quando oito pessoas morreram soterradas e até hoje os proprietários lutam para reconstruir a perda do patrimônio.

Vários contatos já foram feitos e há grandes perspectivas de fechar negócios significativos em 2013 tanto do decenal, produto inédito na América Latina, como também do seguro de garantia, que foi o primeiro a ser lançado pelo grupo, em agosto deste ano. São seguros com um prazo médio de seis meses de maturação e que precisam ser incluídos no orçamento da obra desde o início.

É praticamente impossível fazer o seguro após as obras já terem sido iniciadas, uma vez que a subscrição do risco exige análises do solo, dos materiais utilizados e acompanhamento do processo de fundação. ˜São fases determinantes para garantir a rentabilidade da operação. Treinamos uma equipe de engenheiros, responsáveis por assessorar os responsáveis pela obra em todas as etapas. Eles acompanham e recomendam ações caso haja algo no andamento da obra que possa ocasionar problemas futuros”, explica.

Segundo Pinho, o custo do seguro decenal gira em torno de 1% do orçamento da obra. “A experiência nos mostra que ter o seguro é um grande facilitador de vendas, e que acaba se diluindo com a economia obtida pelo menor prazo de campanhas de vendas. A expectativa do grupo é atingir R$ 1,3 bilhão em contratos nos próximos cinco anos. Considerando-se que o Brasil é um verdadeiro canteiro de obra, a Essor tem um campo fértil para explorar.

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