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Mercado de seguros brasileiro crescerá 55% até 2015

Fonte: Monitor Mercantil

 Arrecadação de R$ 255 bi este ano

Contribuíram para o aumento real de 14% o crescimento da classe C e da poupança interna

A expansão da classe social C e, em consequência, da poupança interna, foi apontada pelo presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), Jorge Hilário Gouvea Vieira, como fator preponderante que deve levar o mercado segurador brasileiro a fechar o ano de 2012 com movimento de arrecadação estimado em R$ 255 bilhões.

O resultado representa crescimento nominal, sem descontar a inflação, de 19,6%. Em termos reais, o valor representa uma expansão da ordem de 14%, para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB em torno de 1,6%.

A arrecadação do setor somou R$ 214 bilhões no ano passado e correspondeu a 5,17% do PIB. Este ano, a estimativa é chegar a 5,7% do PIB. A projeção da CNseg entre 2013 e 2015 é aumentar a arrecadação do mercado brasileiro em mais de 55%, totalizando R$ 400 bilhões.

Previdência

Ao divulgar os dados nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, Gouvea Vieira, destacou que existem dois grandes elementos de aumento: a previdência, em função do surgimento da nova poupança, e a saúde. Segundo explicou, o PIB foi menor este ano, mas a disponibilidade financeira das pessoas foi maior.

"Com isso, as sobras de dinheiro no final do mês foram usadas pelos consumidores como instrumento de poupança. Isso foi capturado pelo mercado de seguros", ao reiterar que o aumento do seguro observado no país em 2012 resultou do crescimento de uma classe econômica.

"Essa classe C/D está correndo para a previdência e o seguro saúde", ressaltou o presidente da CNseg, acrescentando que a baixa taxa de desemprego contribui também para aumentar a disponibilidade de renda das famílias.

Expansão

O retorno à sociedade de recursos do setor nacional de seguros, incluindo pagamento de sinistros, benefícios, resgate de títulos de capitalização e sorteios, deve encerrar o ano com R$ 150 bilhões, o que equivale a 3,5% do PIB. A expansão anual média tem sido 13% desde 2007, disse o superintendente de Regulação da CNseg, Alexandre Leal.

Já os investimentos feitos pelo setor em 2012, englobando provisões técnicas e patrimônio líquido, mostram evolução acima de 19% em comparação a 2011, alcançando R$ 525,1 bilhões. A capacidade de investimento supera 11% do PIB.

A projeção da CNseg entre 2013 e 2015 é aumentar a arrecadação do mercado brasileiro em mais de 55%, totalizando R$ 400 bilhões, o que representa, em termos conservadores, incremento médio de 15% ao ano, no período. Alexandre Leal esclareceu que a meta não é impossível de ser alcançada, uma vez que em 2009, em plena crise financeira internacional, quando o PIB brasileiro apresentou resultado negativo de 0,2%, o setor cresceu 10,5%.

Microsseguro

Gouvea Vieira disse que a expansão prevista tem o desafio de buscar uma aproximação com a comunidade. Nesse campo, admitiu que o microsseguro vai ajudar no desenvolvimento de outras formas de seguro. A inserção e a educação financeira dos consumidores brasileiros são um desafio para o mercado.

"É uma questão primordial do mercado que o cliente entenda os riscos que está correndo e como o mercado segurador pode protegê-lo", acrescentou.

Longevidade

Outro fator que vai ajudar o crescimento do setor no Brasil é a longevidade da população. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro vai atingir 80 anos em 2040, quando se espera obter equilíbrio entre as taxas de mortalidade e natalidade.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que em 2050 haverá 2,5 brasileiros em idade laboral, ou seja, entre 20 anos e 64 anos, para cada brasileiro com 65 anos ou mais. Hoje, essa razão é 8.

Seguro rural

O presidente da CNseg fez questão de deixar claro que o mercado segurador está pronto para concentrar esforços com o governo na busca de incrementar o seguro rural no Brasil.

"Não existe país no mundo que tenha desenvolvido o setor agropecuário em a existência do seguro rural", afirmou Gouvea Vieira, acrescentando que o setor tem condições de ajudar o governo na elaboração de produtos que incluem, inclusive, cobertura contra catástrofes.

Na opinião do dirigente, "não é possível que o governo gaste sozinho com indenizações provocadas por secas, enchentes e deslizamentos". Como benefício direto da aplicação do seguro rural, lembrou que o "o povo brasileiro pagará muito menos se houver cobertura nas áreas agrícola e pecuária".

Desafios

Diante de um cenário tão promissor para o mercado segurador brasileiro, o presidente da CNseg disse que a entidade está preparada para enfrentar os desafios que o setor terá para 2013.

Destacou a implementação do microsseguro, segmento que tenderá a manter crescimento progressivo com o avanço das conquistas sociais do povo brasileiro. Para tornar essa meta viável será importante a utilização dos meios eletrônicos para aproximar os consumidores da empresas seguradoras.

Também destacou o lançamento do plano de previdência privada VGBL Saúde, prestes a ser devidamente liberado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a consolidação do Código de Seguros.

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