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Adesão a seguros vendidos no comércio deve ser criteriosa

Fonte Jornal da Globo

De olho na inadimplência, lojas transformam vendedores em corretores.
Novidade já rendeu reclamações.

Flávio Fachel Rio de Janeiro, RJ

Grandes varejistas vendem um seguro para quem compra financiado e perde o emprego, mas não pense que o seguro vai zerar a dívida.

Uma TV, um aparelho de som, uma cafeteira elétrica são especialidades das lojas de departamentos, que estão ampliando a oferta de produtos. De olho na inadimplência, até transformam vendedores em corretores.

Primeiro, começou com uma grande rede de lojas, depois foi se espalhando pelo comércio. Hoje, já não é surpresa nenhuma encontrar vendedores, na boca do caixa, oferecendo seguros aos clientes. O consumidor paga um pouco mais e, por exemplo, fica livre das prestações caso perca o emprego.

Mas será que é isso mesmo? E será que você precisa disso? “Eu acho um encargo muito pesado e não necessário na maioria das vezes. Não justifica o que se paga para aquilo, para o bem que se vai obter”, afirma Nelson de Souza, economista do Ibmec.

A loja recebe comissão por cada seguro vendido. Por isso, tem vendedor que tenta, até o último minuto, fazer o cliente abrir mais a carteira. “Quando eu falei que eu não tinha dinheiro e ele falou do seguro parecia que eu estava comprando o seguro para comprar a televisão”, diz o publicitário Tiago Ferreira.

A economista Myriam Lund, da FGV, diz que o seguro pode até ser bom, mas em casos bem específicos. “Se você tem um emprego estável, não há necessidade de você pegar seguro-desemprego. Seguro-desemprego é quando há uma possibilidade de uma demissão imediata dentro da sua empresa ou alguma previsão que justifique a compra do seguro”, afirma.

A novidade já rendeu reclamações. Quem controla e fiscaliza as seguradoras diz que os principais problemas são a venda de seguros que não cobrem o valor total das prestações e a oferta do seguro para quem não tem carteira assinada.

“Por isso que é importante ler exatamente o que está comprando. A leitura, antes da assinatura do contrato, ou seja, antes da compra do seguro, é fundamental”, afirma Regina Lidia Jordano Simões, coordenadora-geral da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

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