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Após estádio do Palmeiras, Allianz deve virar principal seguradora da WTorre

Fonte: IG Economia
 

Construtora gasta cerca de R$ 2 bilhões por ano em seguros e grupo alemão, que investiu na arena do clube, passa a ser fornecedor preferencial
 
O investimento da Allianz no futuro estádio do Palmeiras deve render à seguradora mais que a exposição no nome da arena, que está sendo feita pela WTorre. A Allianz passa a ser, contratualmente, a fornecedora preferencial de seguros para a construtora, que demanda cerca de R$ 2 bilhões por ano em serviços do tipo.
A Allianz já é uma das seguradoras da WTorre, mas não a principal. "Será, com certeza, a partir de agora", diz Walter Torre Jr., presidente do conselho da construtora. "Teremos preferência contratual em todos os seguros da WTorre, embora isso não signifique que vamos querer participar de todos", afirma Edward Lange, presidente da Allianz no Brasil.

Entre os principais empreendimentos que poderão ter participação da Allianz estão o WTorre Morumbi, que será um dos maiores prédios comerciais de São Paulo, com 173 mil metros quadrados de área construída, e um projeto ambicioso para a antiga fábrica da Kibon, no Brooklin – que inclui, além da parte empresarial, um museu e um teatro. "São construções que tomam muito seguro, e vamos dar prioridade para a Allianz", diz Walter Torre Jr.

A Allianz não fez o seguro da obra do estádio do Palmeiras, mas a arena ainda pode render contratos para o grupo. A companhia deverá fornecer seguros para shows e eventos no local, por exemplo. "Isso, sem dúvida, é uma possibilidade de negócios. O grupo tem participações no mundo todo em seguros de entretenimento", afirma Lange.

A Allianz também espera que a parceria aproxime a empresa das obras de infraestrutura que serão feitas no Brasil. O grupo alemão é líder mundial nos chamados seguros de grandes riscos, que envolvem empreitadas maiores – para se ter ideia da tradição da operadora no setor, ela indenizou perdas provocadas pelo grande terremoto de San Francisco (1906) e o naufrágio do Titanic (1912).

Na operação brasileira, 21% da carteira vem desse segmento, percentual semelhante ao de outras sedes da companhia, que atua em cerca de 70 países – o Brasil representa 61% da atividade da seguradora na América Latina. "Temos um foco muito grande em desenvolver ainda mais esse segmento [ de grandes riscos ] no mercado brasileiro", diz Lange.

Além disso, a Allianz também deve se tornar seguradora dos funcionários da WTorre. Quando a construtura fizer a renovação desse serviço, a Allianz terá preferência – e adianta que tem interesse em trazer esse contrato para o grupo. "Só em prêmios de apólices de saúde para os empregados, seria um negócio de cerca de R$ 11 milhões com a construtora", afirma o executivo.

A Allianz explica que a aproximação com a WTorre ocorreu porque a seguradora estava em busca de um estádio para patrocinar, mas confirma que o "namoro" ficou mais maduro após a companhia decidir se mudar para um prédio feito pela construtora. A futura sede da empresa ficará no WTorre Nações Unidas, em São Paulo, entregue em janeiro – uma das três torres do empreendimento será da Allianz.
Apesar de todas as possibilidades de negócios abertas, a Allianz afirma que o principal interesse da parceria é o fortalecimento da marca no Brasil. "Quando anunciamos a Allianz Arena [ do Bayer de Munique, em 2001 ], não entendi porque estávamos fazendo um investimento tão importante em um estádio de futebol", diz Lange, que está na empresa há 18 anos. "Hoje a marca se tornou uma das mais reconhecidas na Europa na área esportiva; esse tipo de aposta vale a pena", afirma.

O valor do contrato entre a Allianz e a WTorre, que vai administrar o estádio por 30 anos, não foi divulgado, mas é estimado em R$ 300 milhões para os primeiros 20 anos, prorrogáveis por mais dez. A Allianz tem acordos semelhantes – para dar nome a estádios, chamado naming rights – em outros países. Além da Allianz Arena, em Munique (onde fica a sede da empresa), patrocina o Allianz Park (Londres), o Allianz Stadium (Sidney) e o Allianz Riviera (França). "Nosso próximo investimento do tipo ser no Brasil mostra a importância que o País tem para os negócios do grupo", diz Lange.

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