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Custo elevado, falta de cultura e de gestão são desafios dos seguros na construção

Fonte: Secovi-SP

Especialistas em seguros, profissionais e representantes de associações do mercado imobiliário debateram o tema em seminário que aconteceu nesta quarta-feira, 17/4, na sede do Secovi-SP
18/04/2013


Na manhã da quarta-feira, 17/3, o Secovi-SP reuniu um time de especialistas para debater “Seguros na Construção Civil”, tema do seminário organizado pela vice-presidência de Tecnologia e Qualidade do Sindicato. “Os vários riscos além dos inerentes a atividade de engenharia, como a sensibilidade às questões macroeconômicas, relações com vizinhança, ciclo da produção muito longo, entre outros, apontam para a necessidade de desenvolvimento do mercado de seguros no setor por meio da criação de novos produtos e redução de custos”, disse Carlos Borges, vice-presidente do Secovi-SP.

Custo elevado, a demora do Brasil para entender a importância dos seguros como instrumento de mitigação de riscos, a falta de gestão adequada na contratação de seguros e da capacidade de análise de risco por parte das empresas são algumas barreiras a vencer, elencadas ao longo do debate.

"Como incorporador digo que não sabemos contratar seguros e não temos profissionais com conhecimento no tema em nossas empresas. Devemos ler cuidadosamente os contratos e lutar para melhorar as condições juntos às seguradoras para termos relações mais equilibradas", apontou Borges.

Augusto Andrade, diretor-executivo da AD Seguros, apresentou o mercado de seguros no Brasil e as modalidades voltadas para construção civil existentes no País, com seus detalhamentos (coberturas e contratação): Seguro Garantia, Seguro Riscos de Engenharia, Responsabilidade Civil (inclusive D&O), Seguro de Riscos Diversos (de equipamentos), de Transportes e Pessoais (vida, saúde e odonto).

Panorama internacional de seguros de construção civil e tendências no Brasil foi o tema abordado por Fábio Pinho, diretor-executivo da Essor Seguros. Um dos destaques foi a apresentação do Seguro Decenal, que chegou ao Brasil em novembro de 2012. Voltado para incorporações imobiliárias, o Decenal se enquadra em sua quase totalidade à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575), publicada recentemente. Segundo Pinho, a modalidade tem prazo de dez anos, a contar após a entrega da obra, mas a seguradora faz acompanhamento técnico durante a obra.

O Seguro Decenal, existente há mais de 40 anos na Europa, é a prova da defasagem do mercado nacional em relação ao mundo. “Essa modalidade traz pioneirismo ao País e é um diferencial porque traz confiança ao consumidor”, justificou o diretor da Essor.

“Com a chegada da Norma de Desempenho, as reclamações, por parte do comprador, referentes à qualidade na construção vão aumentar e os empresários precisam se proteger”, orientou Rossana Costa, coordenadora do Convênio Núcleo de Seguros da CBIC. Ela falou sobre a consultoria que a entidade oferece às empresas no assunto, os produtos criados, como o Seguro de Garantia de Entrega de Obra em parceria com a Essor, e alertou os empresários a buscar informações junto a corretores com expertise em incorporação e que sejam credenciados na Susep.

André Glogowsky, presidente do conselho de administração brasileira da construtora alemã Hochtief, relatou a sua experiência na contratação de seguros, citando diversos casos vividos pela empresa em diferentes modalidades. Em todas as situações, a Hochtief foi indenizada corretamente, embora algumas vezes tenha demorado a sair o pagamento. "As construtoras não estão satisfeitas com as seguradoras e vice-versa. Deve-se exigir mais das seguradoras, mas, em contrapartida, devemos (construtoras e incorporadoras) ser mais transparentes, informar mais", diz Glogowsky.

Do lado dos arquitetos, Eduardo Martins, da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), demonstrou satisfação com uma das modalidades apresentadas no evento. "Nós, arquitetos, estamos felizes com a abertura de seguro de responsabilidade civil que contempla a autoria do projeto e a responsabilidade do arquiteto. Contamos com o auxilio das seguradoras para difundir no mercado o valor da autoria do projeto", disse.

Também participaram do evento José Laginha (Abece), Marcos Velletri (Secovi-SP) e Maurício Bianchi (SindusconSP).

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