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Seguradoras devem ter resultados decepcionantes

Fonte Brasil Econômico

Efeito sazonal, política de preços e despesas administrativas são apontados como os principais fatores para as retrações dos resultados do primeiro trimestre.

Após apresentarem resultados animadores no quarto trimestre, as estimativas para os balanços do primeiro trimestre das seguradoras não são as melhores, principalmente para a Sul América e Porto Seguro.

Enquanto a Porto Seguro deve apresentar resultados fracos, a Sul América deve mostrar problemas operacionais relativos a prejuízos acima do esperado no segmento de saúde. De acordo com o relatório elaborado por Francisco Kops, analista do J. Safra, "os dois resultados devem decepcionar e podem levar a uma revisão para baixo no futuro".

Por outro lado, os resultados da Brasil Insurance, apesar de modestos, devem ser positivos em comparação aos das seguradoras.

"Existem dois pontos que precisam ser focados nos balanços das seguradoras. O primeiro é a precificação, relacionado aos prêmios por conta de um cenário competitivo. E o outro ponto é o que afeta o resultado financeiro, porque existe um alto nível de reserva que a empresa precisa ter para garantir caso haja falta de pagamento", explica Gustavo Schroden, analista da BES Securities.

O começo do ano passado foi muito ruim para as seguradoras por causa de um cenário mais competitivo no setor de carros e precificação de prêmios por causa da competição, principalmente entre companhias menores locais e companhias internacionais grandes.

A Sul América teve forte aumento da sinistralidade no primeiro semestre do ano passado por conta da frequência da utilização no setor hospitalar, o que significa avanço dos custos.

Além disso, as seguradoras sofreram com a redução escalonada da taxa básica de juros. "Como as empresas precisam fazer grandes reservas, elas fazem investimentos mais passivos, pois muita coisa precisa ser coberta, por isso elas não optam por investimentos agressivos. Desta maneira, os títulos do governo, que são atrelados à Selic, são os escolhidos", pontua Schroden.

Após o fraco desempenho no primeiro semestre, o segundo semestre já arrancou melhores ganhos, uma vez que o cenário automobilístico melhorou e as empresas conseguiram repassar os preços nos prêmio cobrados, o que foi o caso da Porto Seguro.

A melhora também ocorreu nos resultados da Sul América, principalmente, por causa do reajuste que a companhia faz em agosto/setembro, além do trabalho intensivo que a seguradora realizou com pequenas e médias empresas.

Estimativas

Apesar das ações da Sul América (SULA11), Porto Seguro (PSSA3) e Brasil Insurance (BRIN3) registrarem alta de 3,76%, 5,59% e 10%, respectivamente neste ano, os dois primeiros papéis apresentaram perdas nos dois últimos pregões. Isso porque os investidores já projetam perdas para o primeiro trimestre.

"Estimamos que a SulAmérica reporte R$ 43,4 milhões em lucro líquido para o primeiro trimestre, representando contração de 62% em relação ao mesmo período do ano passado", afirma Kops, do J. Safra. O aumento da sinistralidade em saúde é projetado em 85,2%, explicados pelos altos custos médicos e avanço na frequência.

Por outro lado, o setor de veículos deve ter crescimento de 27% em prêmios emitidos, com sinistralidade de 60%. "Acreditamos que as ações da Sul América serão as que mais vão sofrer no curto prazo por conta do resultado operacional", destaca o relatório.

Já os resultados da Porto Seguro deverão vir fracos por causa da receita financeira, enquanto o resultado operacional é estimado como positivo. O lucro líquido no período deve somar R$ 106,6 milhões, baixa de 22% em comparação com igual época de 2012. O impacto negativo será consequência do desempenho ruim de títulos fixos e protegidos da inflação no início do ano.

A projeção do desempenho operacional é de R$ 62 milhões, com índice combinado de R$ 97,7%.

E por fim, o resultado da Brasil Insurance deverá ser modesto, no entanto, em linha com o esperado, de R$ 27,3 milhões, alta de 26% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

"Em nossa visão, este crescimento deveria ter sido maior, pois já considera todas as aquisições realizadas no ano passado [apenas a corretora Carraro não incorpora integralmente seus números, iniciando em fevereiro]", aponta Francisco Kops.

Contudo, a nova política de remuneração para parceiros que possuem o potencial para incrementar o crescimento orgânico pode criar um certo impacto principalmente no segundo semestre do ano.

Neste sentido, todas as ações das três seguradoras possuem recomendação de neutra. Gustavo Schroden aponta ainda que o desempenho das empresas neste ano vai depender muito do cenário econômico brasileiro, principalmente em relação à vendas de veículos e o quanto as pessoas tendem a renovar seus seguros.

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