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CEO mundial da Mapfre discute oportunidades de negócios Espanha-Brasil

Fonte: Denise Bueno - Sonho Seguro

Os desafios da economia espanhola e do grupo segurador Mapfre, a maior da Espanha, foram tema do encontro de Antonio Huertas, CEO mundial da Mapfre, com jornalistas nesta manhã. Diferente dos brasileiros, que estavam sem voz de tanto torcer para o Brasil no último domingo, a voz de Huertas estava perfeita, uma vez que não teve motivos para gritar durante a partida final da Copa das Confederações no Maracanã, com o Brasil vencendo a Espanha por 3 a 0. “Estou confiante para os jogos da Copa em 2014”, disse.

Nesta terceira vez que veio ao Brasil, além de estar presente no jogo, Huertas abriu sua agenda para discutir com jornalistas a situação econômica na Espanha e posicionamento da Mapfre. “A Espanha é um país de magníficas oportunidades e representa um bom negócio para as empresas brasileiras”, disse, ao abrir seu discurso repleto de dados macroeconômicos que mostraram a evolução da economia espanhola nos últimos anos. “Podemos afirma que a Espanha é um dos exemplos de transformação no mundo”, afirmou.

Ele ressaltou a redução do déficit público de 11,2% em 2009 para 6,3% em 2013. “Quatro pontos percentuais representam um grande esforço no cenário de crise que o mundo vive”, observou. Depois de atingir 635 pontos básicos em julho de 2012, o prêmio sobre o risco caiu graças às medidas tomadas na Espanha e ao apoio da Europa. Em maio, por exemplo, o Tesouro cobriu 50% das necessidades de finalidade previstas para o ano inteiro.

Espanha, superada apenas pela Irlanda considerando-se a Europa, tem melhorado a produtividade. Consequentemente, as exportações, pela primeira vez em 2013, superaram as importações. Em relação ao crescimento, Huertas afirmou que no terceiro trimestre deixa de decrescer, apresentando um pequeno crescimento do PIB de 0,5%, 0,6% e 0,7% nos meses de outubro, novembro e dezembro. “Este crescimento é fruto de sete anos de retração, dinamismo na exportação e força de trabalho mais produtiva e acessível na Europa. Huertas fez questão de ressaltar que seguros é um ramos estabilizador da economia, tanto por ser um investidor institucional, como por ter uma carteira de investimentos que supera 221 bilhões de euros, o que representa 21% do PIB espanhol.

Neste cenário otimista desenhado por Huertas, mesmo com desemprego superando 26%, a Mapfre tem apresentado bom desempenho, uma vez que adotou a estratégia de internacionalização há décadas, o que lhe ajudou a compensar o fraco crescimento na Espanha nos tempos de crise mais acentuada. “O desempenho é o maior problema da economia, que precisa de mais atenção. Em junho, os dados indicam redução da taxa de desemprego. Mas vamos demorar ainda para atingir uma taxa abaixo de 15%, o governo tem buscado formas de melhorar a oferta de empregos”, admitiu. Segundo ele, um prazo previsto para melhorar o índice de emprego é estimado em cinco anos.

O grupo está presente em 46 países. Os negócios da Espanha representam hoje 33%, sendo 67% proveniente do exterior. Em 2012, o resultado de seguros superou 720 milhões de euros no mundo, apesar da crise mundial. O Brasil é a segunda unidade de negócios da Mapfre. A primeira é a Espanha e segunda o Brasil. “Acabamos de completar dois anos de parceira com o Banco do Brasil e estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos”, ressaltou Huertas.

Quanto as manifestações no Brasil, instabilidade política e dados como queda da bolsa, alta da inflação, endividamento das famílias e alta dos juros, bem como saída de investidores estrangeiros, ele entende que é uma situação temporária e que em breve o país volta ao ritmo de crescimento.

Em relação a seguros, o índice combinado é o que define a eficiência de uma companhia. “Estando abaixo de 100%, há ganho operacional. E a Mapfre está. O índice combinado da BB e Mapfre é de 92%. Com isso, a mudança da taxa de juros, que passou a ser elevada pelo governo para conter a inflação, será considerada na formação de preço.

O grupo atua em todas os segmentos no Brasil, exceto em saúde, que representa 37% das vendas da indústria de seguros. “Temos um pedido de autorização na ANS, que ainda aguardamos liberação. É um setor que vamos atuar com grande precaução, pois o segmento no Brasil é complexo, tem interferência legislativa forte, e por isso vamos buscar postura de atuar em ramos em que essa interferência é menor, como empresarial”, informou Wilson Tonetto, presidente da Mapfre Brasil. Neste caso, o investimento 100% Mapfre, uma vez que o BB já informou que não quer assumir riscos em saúde. A Mapfre pretende buscar a rede do banco para distribuir planos de saúde que vier a comercializar.

Em relação ao resseguro, a Mapfre atua com sua resseguradora no Brasil, na modalidade local. Porém, isso não impede que o grupo fique atento ao IPO do IRB Brasil Re, líder de mercado, previsto para ocorrer em dois anos, depois que o Tesouro vendeu ao Banco do Brasil sua participação. “A Mapfre está à disposição para avaliar novas oportunidades. Temos uma resseguradora local, mas sempre é uma possibilidade analisar novos investimentos”, concluiu Huertas.

Huertas comentou os desafios globais da Mapfre. O número 1 é ser uma companhia global de seguros. Para isso, persistirá em ter uma estrutura cada vez mais flexível e eficiente, bem como consolidar a cultura corporativa dentro da filosofia “pessoas que cuidam de pessoas”. Huertas também ressaltou a necessidade de inovar para crescer e fomentar relacionamentos de longo prazo com todos os stakeholders com base na confiança.

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