Breaking News

O primeiro gol da Liberty

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Visibilidade nos gramados dá início à nova tática da seguradora oficial da Copa para ganhar terreno no Brasil 

A Copa das Confederações não atraiu apenas a atenção de torcedores de futebol dos cinco continentes. Inúmeras empresas pretendem entrar em campo para disputar algumas das oportunidades que o esporte pode gerar. É o caso da Liberty Seguros, seguradora oficial da Copa do Mundo de 2014. A empresa americana com sede em Boston aposta no evento para atrair clientes, incentivar parceiros e ampliar a visibilidade da marca no Brasil. “Queremos melhorar a competitividade e a Copa é nossa oportunidade para isso”, afirma o executivo americano David Long, CEO e presidente do Liberty Mutual Group.
 
 
 
 
Não por acaso, Long escolheu Salvador, uma das sedes da Copa das Confederações, para um encontro com os principais executivos do grupo que atua em 28 países. Entre uma reunião e outra, e antes de seguir com a equipe para a Arena Fonte Nova para acompanhar a partida na qual o Brasil venceu a Itália por 4 a 2, Long recebeu a DINHEIRO com exclusividade e falou dos planos para o Brasil. “Nosso objetivo é mostrar aos brasileiros que, apesar de sermos uma companhia estrangeira, estamos perto deles e conhecemos suas necessidades.” Segundo Long, o futebol, por ser uma paixão nacional, é a chave para estreitar esse relacionamento. “Vamos aproveitar a conexão do brasileiro com o futebol para marcarmos nossa presença no País”, diz.
 
O Liberty Mutual Group, que faturou US$ 36,9 bilhões em prêmios em 2012, é uma das três maiores seguradoras de ramos elementares (vida, residencial e automotivo) dos Estados Unidos. O grupo opera no Brasil desde 1996, quando comprou a tradicional Companhia Paulista de Seguros. Em 2012, faturou R$ 2,2 bilhões em prêmios, vendidos para 1,3 milhão de segurados. A maior participação é no mercado automotivo, no qual ocupa o quinto lugar. No cômputo geral a Liberty está na oitava posição. De acordo com o Sindicato dos Corretores de Seguros e Resseguros no Estado de São Paulo, os grandes bancos ocupam as primeiras posições, somando mais de 30% da receita total de prêmios, sem considerar a previdência privada.

No ataque: A conexão do brasileiro com o futebol é o trunfo da Liberty no mercado, avalia o CEO David Long
 
Segundo Long, o desafio é reduzir essa diferença. “Temos consciência de que existe um espaço grande entre nós e as seguradoras dos bancos”, diz. Para crescer, a estratégia é investir nos serviços de qualidade. De acordo com Hélio Novaes, especialista em seguros e CEO da corretora MDS, para ganhar mercado, as seguradoras devem apostar na especialização. “É importante focar para ser visto como um diferencial naquela área”, afirma. A Liberty concentra-se no ramo de automóveis, de onde vem mais de 75% do seu faturamento. Além disso, está investindo em seguros de responsabilidade civil de executivos (D&O) e de erros e omissões (E&O), e passou a mirar em empresas médias fora do eixo Rio-São Paulo.
 
Para Novaes, essa diferenciação regional favorece a fixação da marca. De acordo com Long, a Liberty vê o Brasil como uma de suas melhores oportunidades. “Buscamos mercados como o Brasil, com forte crescimento econômico, que se traduz em mais pessoas migrando para a classe média e no surgimento de novos negócios”, diz. De acordo com dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), o setor encerrou 2012 com R$ 253 bilhões de arrecadação, crescimento de 18% ante 2011. Esse crescimento de dois dígitos, lembra Long, não existe em outros mercados. Além disso, o potencial é imenso. Segundo a CNseg, a arrecadação do mercado segurador representou, em 2012, cerca de 5,8% do Produto Interno Bruto, ante 4,9% há três anos.
 
“Não é pouco, mas pode ser muito maior”, afirma Long. Culturalmente, com exceção da proteção para veículos, o brasileiro não se preocupa com seguro até sofrer um prejuízo financeiro. “Diferentemente dos EUA, no Brasil não há, por lei, uma obrigatoriedade do seguro, com exceção do DPVAT”, diz o executivo. “Isso faz com que as pessoas não se preocupem com o assunto.” Além disso, a falta de familiaridade impediu que o brasileiro adquirisse uma relação mais amigável com o seguro. “Um dos desafios da empresa no País é tornar o produto mais acessível ao cidadão, simplificando a linguagem e operando com os menores custos possíveis”, afirma. Queremos acabar com esse mito de que seguro é uma coisa complicada.”
 
 

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario