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Proteção contra inadimplência ganha mais espaço no Brasil

Fonte DCI

SÃO PAULO - O mercado de seguros de crédito está crescendo no Brasil, mas ainda tem um grande mercado potencial de expansão em um cenário onde o aumento da inadimplência e as incertezas na economia assustam empresários. Esse produto protege empresas contra riscos de não pagamento de seus devedores. Caso isso aconteça, a seguradora cobre as perdas.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram que as empresas do setor têm se consolidado na última década. Em 2004, o total de prêmios emitidos pelas seguradoras do ramo foi de R$ 53 milhões, em 2008 o resultado apresentado foi de R$ 136 milhões. No final do ano passado, o balanço total foi de R$ 203 milhões.

"O Brasil e os demais países emergentes são um grande mercado em potencial que ainda não foi desenvolvido em sua plenitude. Isso mostra que há um grande campo de crescimento para as seguradoras de crédito aqui. Acrescenta-se a isso o fato de o mercado nos países desenvolvidos já estar mais maduro, o que dificulta o crescimento nessas regiões", afirmou economista da empresa francesa Coface, Patrícia Krause.

Apesar do aumento do faturamento, a sinistralidade do setor aumentou de 9,6% para 48,6% na comparação entre os resultados de janeiro a maio de 2012 com os cinco primeiros meses deste ano, o que deve impactar um pouco nos resultados de 2013. Para a economista da Coface, esse aumento se explica pelo crescimento dos casos de recuperações judiciais, principalmente entre empresas do setor varejista, que são a maioria dos clientes das seguradores desse ramo.

Segundo dados compilados pela Serasa Experian, foram 247 pedidos entre janeiro e março, quantidade recorde desde que a nova Lei de Falências entrou em vigor no País, em meados de 2005.

Ela também citou o aumento do nível de inadimplência como outro elemento que tem aumentado a sinistralidade das empresas do ramo. Levantamento da Serasa Experian mostra um aumento de 5,6% nos níveis de calotes na comparação entre o primeiro semestre desse ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Um dos entraves para o crescimento do mercado de seguros no Brasil é o desconhecimento por parte dos empresários dos benefícios advindos da contratação desse tipo de serviço para melhorar o desempenho das empresas.

"As instituições financeiras fazem avaliação das empresas por meio da reavaliação de seus ativos. Se o banco tiver a informação que suas contas a receber estão cobertas por uma seguradora, isso provoca um impacto na maneira pela qual atribuirão valor à esses ativos", afirmou a economista Patrícia Krause.

Esse tipo de seguro protege as empresas de inadimplência, e também abrange o mercado de crédito para exportação. Dados da Susep, relativos ao final de 2012, mostram que o total de prêmios emitidos para o mercado doméstico foi de R$ 167,9 milhões, enquanto o de exportação emitiu R$ 35,3 milhões.

Do ponto de vista de divisão do mercado, os setores que mais contratam esse tipo de seguro são os segmentos eletroeletrônico, alimentos e bebidas, siderúrgicas. As maiores empresas do setor no Brasil são a Coface, com 44% do mercado, seguido pela Euler Hermes (17%), CYC (12), AIG (10%) e Cesce (8%).

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