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Subvenção para seguro rural atrai mais empresas

Fonte Gazeta do Povo

 Com programa federal, que aumentou recursos, mais seguradoras planejam estender sua atuação ao agronegócio; expectativa é dobrar área segurada na última safra

O aumento dos recursos disponibilizados pelo governo para o seguro rural fez brilhar os olhos de empresas que trabalham no ramo. Além da previsão de aumento de participação das companhias que já estão no mercado, outras seguradoras planejam estender sua atuação para o agronegócio. Na safra 2013/14, que começou este mês no Brasil, a expectativa é de que a área agrícola com algum tipo de proteção ultrapasse os 10 milhões de hectares, mais que o dobro do registrado no ano passado. A entrada de novas empresas deve fazer com que a concorrência fique mais acirrada. E com mais opções, os produtores devem pagar menos pelas apólices, avaliam especialistas.

O respaldo vem do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que teve valor de orçamento dobrado neste ano para R$ 700 milhões. A medida permite que o governo federal pague até 70% do valor do seguro contratado pelos produtores, reduzindo o peso final no orçamento. No Paraná o subsídio é complementado pelo governo estadual, que neste ano vai disponibilizar mais R$ 6,4 milhões para garantir a proteção de 29 culturas.

Atualmente, sete empresas estão autorizadas a vender o seguro com subvenção federal. Outras três esperam pelo credenciamento para poder acessar os recursos, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O órgão não revelou quais empresas estão na fila de espera e nem quanto tempo pretende liberar o certificado às companhias.
Prazo de pagamentos ainda preocupa empresas

O setor de seguros considera favorável o reforço no orçamento destinado à proteção no campo, mas pondera que ainda é possível melhorar a relação com o governo. “Há dificuldade em receber os recursos no momento adequado. Muitas vezes, as seguradoras tem que pagar a indenização mas ainda não tiveram o repasse da subvenção”, afirma Joaquim Cesar Neto, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural na Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg). Os problemas ajudam a explicar o ceticismo dos agricultores em relação ao seguro. Em Castro, nos Campos Gerais, o produtor Eduardo Medeiros Gomes renovou a proteção dos 700 hectares dedicados ao trigo, mas ainda não se empolga para falar sobre o assunto. “O produto tem um bom conceito, mas precisa ser ampliado para culturas de maior risco, como o feijão”, aponta. Segundo Luís Carlos Guedes Pinto, diretor-geral de Seguro Rural do grupo Banco do Brasil Mapfre, existem problemas culturais que precisam ser vencidos para garantir uma popularização do serviço. “Seguro não é um luxo, mas uma garantia de permanência na atividade”,define.
Subsidio estadual terá novas regras em 2013

Em vigor desde 2009, o subsídio estadual ao seguro rural vai funcionar com novas regras neste ano. Além de ampliar o número de culturas contempladas, o governo quer melhorar a relação com as seguradoras, explica Francisco Carlos Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

No modelo atual as seguradoras precisam se credenciar ao programa anualmente. Com as alterações, o cadastro fica válido por até cinco anos e o repasse dos recursos torna-se independente da subvenção federal. De acordo com Simioni, o decreto que oficializa as modificações deve ser divulgado nos próximos dias. “Já tivemos conversas preliminares e vamos iniciar o cadastramento das seguradoras em agosto”, afirma.

Luís Carlos Guedes Pinto, diretor geral de Seguro Rural do grupo Banco do Brasil Mapfre avalia que o apoio estadual está se tornando cada vez mais importante para disseminar o seguro. “Uma quebra de safra pode ser muito prejudicial à determinada região, pois afeta diretamente a atividade econômica”.

Uma delas é a argentina Sancor, que começa a atuar no agronegócio brasileiro nesta temporada. A companhia abriu uma sede em Maringá (Norte) e pretende concentrar as atividades na região Sul do país, detalha o gerente comercial Gaston Yeates. “Com o decorrer do tempo e um maior conhecimento do mercado, seguramente vamos incorporar outras coberturas que apontem a novos nichos”.

A Essor, de origem francesa, também é outra que aguarda liberação junto ao Mapa. Procurada pela reportagem, a empresa não se pronunciou até o fechamento desta edição.

De acordo com Joaquim Cesar Neto, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural na Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), o aumento nos repasses governamentais permitiu um crescimento no número de usuários e uma queda nos gastos com indenizações. “Isso acaba favorecendo até quem não utiliza a subvenção”, aponta. Luís Carlos Guedes Pinto, diretor geral de Seguro Rural do grupo Banco do Brasil Mapfre, é ainda mais otimista, e indica que as mudanças simbolizam “um passo efetivo na consolidação do seguro”. Ele explica que, com mais produtores utilizando a proteção, o risco das seguradoras diminui, contribuindo para uma redução dos custos. “E com o aumento na concorrência os bancos e seguradoras se veem obrigados a oferecerem melhores produtos”, explica.

Para a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a cobertura do seguro tende a crescer em ritmo dobrado, se os recursos governamentais aumentarem na mesma proporção. Isso porque a contratação do serviço torna-se obrigatória para quem recebe até R$300 mil em crédito para custeio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP).

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