Breaking News

Para garantir tranquilidade, mercado oferece seguros nada convencionais

Fonte: Correio de Uberlândia

Além dos seguros convencionais, como os que cobrem sinistros em imóveis e carros, empresas oferecem apólices para viagens, artigos de luxo, animais domésticos e partes do corpo (confira nesta página). Apesar de incomuns, segundo um especialista em seguros há 30 anos, ouvido pelo CORREIO de Uberlândia, os contratos para riscos curiosos apresentam vantagens em relação aos considerados triviais.
 
De acordo com o superintendente de uma empresa de seguros, colaborador do site Tudo Sobre Seguros (www.tudosobreseguros.org.br) e professor na Escola Nacional de Seguros (Funenseg) João Paulo Moreira de Mello, o principal diferencial dos seguros específicos é a possibilidade de aderir às condições do contrato de maneira mais maleável. “A grande vantagem é discutir, por exemplo, amplitude da cobertura, riscos excluídos, prazo e preços, diferentemente dos riscos tradicionais, nos quais o segurado está aderindo a um contrato pronto, já definido e que nem sempre atende plenamente às necessidades”, disse.

Ainda segundo Mello, por outro lado, os seguros específicos apresentam duas desvantagens: nem todas as seguradoras se dispõem a negociar esses tipos de apólice e, por não serem de grande adesão popular, os custos, geralmente, são altos. “De forma geral, onde existe risco é possível elaborar um seguro para cobrir perdas econômicas da ocorrência. Obviamente que observadas algumas condições básicas, todos os riscos são seguráveis”, afirmou.

João Paulo Mello listou alguns seguros excêntricos comercializados no Brasil. Para os amantes de animais domésticos, existem apólices para os bichinhos com cobertura para morte acidental e de prejuízos a terceiros causados por eles. Segundo o especialista, a oferta desse seguro no país é recente e segue em desenvolvimento. São oferecidos serviços complementares, como funeral, cremação, assistência veterinária para emergências e também para consultas. Algumas seguradoras destinam um valor para compra de outro animal doméstico, em casos de morte.

Os apreciadores de arte e artigos de luxo também estão amparados por seguros disponíveis no mercado brasileiro. De acordo com Mello, para apólices tradicionais de empresas e residências, a cobertura de obras de arte é considerada risco excluído. “É necessária uma negociação prévia com a seguradora para discussão e eventual inclusão no seguro”, disse.

Dono de agência diz que 99% dos clientes são segurados

Entre os tipos de seguros não convencionais, estão as apólices destinadas a viajantes internacionais. Os contratos cobrem morte, invalidez do segurado, perda de bagagem, diárias de internação hospitalar e consultas odontológicas no exterior. Segundo o especialista em seguros João Paulo Moreira de Mello, alguns países exigem que os visitantes apresentem seguros com cobertura hospitalar ao atravessarem suas fronteiras.

De acordo com o dono de uma agência de viagens em Uberlândia Wesley Fernandes, 99,9% de seus clientes contratam seguros em viagens internacionais, porém para viagens dentro do Brasil, o hábito ainda não é comum. “Consultas médicas de emergência, extravio de bagagens, cancelamentos da viagem, reembolso por demora na bagagem são as coberturas mais comuns”, afirmou.

A publicitária Cyntia Castro fará um tour pela Europa no mês que vem. Serão dois meses de viagem, no primeiro, ela visitará seis cidades como Paris e Londres, e no segundo ficará em Lisboa, em Portugal, para um curso de marketing. “Minha família não tem o hábito de contratar seguros, esta é minha segunda viagem internacional, e contratei por indicação da agência”, afirmou. A viagem vai custar aproximadamente R$ 9 mil, dos quais R$ 590 se referem ao seguro.

Dentista investe em seguro das mãos

O dentista uberlandense Eris Paulo de Oliveira trabalha há 19 anos e há cinco contratou seguro para as mãos. Segundo ele, a adesão ao serviço se deveu à preocupação com a vida da família. “Trabalho apenas com atendimento particular e não tenho uma segunda fonte de renda. Se por acaso acontecer qualquer problema, pode atrapalhar a renda familiar”, disse.
 
Oliveira gasta cerca de 2% de sua receita mensal com o pagamento do seguro e, segundo ele, vale a pena. A apólice cobre afastamento temporário, invalidez permanente por perda das mãos devido a acidentes de trânsito e por qualquer outra origem e morte.

Assim como o dentista uberlandense outros profissionais fazem seguros de partes do corpo fundamentais para o trabalho, como jogadores de futebol e dançarinos, que asseguram a saúde das pernas, e cantores, da voz. Segundo o especialista em seguros João Paulo Moreira de Mello, essas apólices visam repor ao segurado a perda econômica que eles teriam no caso de ocorrer algo com a parte do corpo que representa a fonte de renda.

Contrato temporário é opção para certas ocasiões

Assim como os seguros para viagens, existem outras modalidades de apólices por tempo determinado, como para imóveis, quando os proprietários saem de férias. De acordo com o especialista em seguros João Paulo Moreira de Mello, um contrato por um período menor tem um custo maior, pois a interpretação da seguradora é diferente. “O raciocínio das seguradoras é que este seguro está sendo feito justamente para cobrir o período de maior risco”, disse.

Segundo Mello, para um seguro imobiliário de 180 dias, por exemplo, que representa a metade do ano, é cobrado 70% do prêmio anual. Para um seguro de 30 dias, que representa 8% do ano, é cobrado 20% do prêmio anual. Os valores obedecem a uma tabela denominada “Prazo Curto”, que pode ser aplicada a qualquer modalidade convencional de seguro. Para os contratos excepcionais, devido à negociação maleável, a tabela não é usada.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario