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Seguro aeronáutico pode crescer 10%

Fonte: Valor Econômico

Por Maria Ribeiro | Para o Valor, de São Paulo

A demanda por seguro aeronáutico está em expansão, embora isso não se reflita totalmente nos números, já que os preços estão pressionados pelo aumento da concorrência. De 2010 para 2011, por exemplo, a receita em prêmios diretos arrecadada pelo seguro aeronáutico caiu 8% de acordo com levantamento da Superintendência de Seguros Privados (Susep). No ano passado, porém, o volume de prêmios subiu 5% para R$ 330,9 milhões; e tudo indica que a taxa de crescimento vai dobrar neste ano, que registrou receita de R$ 186,9 milhões no primeiro semestre.

Os dados da Susep levam em conta todas as operações de seguro aeronáutico, ou seja, não discriminam as operações com grandes aeronaves das companhias aéreas daquelas referentes a jatos executivos de frotas corporativas ou de pessoas físicas. O número compreende também da cobertura para hangares à dos cascos de aeronaves, responsabilidade civil e a apólice obrigatória de Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo (Reta), que equivale ao DPVAT dos automóveis. Aproximadamente 70% do volume de prêmios se refere ao casco das aeronaves; e cerca de 15% são do seguro facultativo. A apólice obrigatória gera 4,5% da receita porque os valores dos prêmios são baixos.

Alfredo Buzetti, gerente geral de aviação da Liderávia, que faz a gestão do seguro da frota da Líder Taxi Aéreo entre outros clientes, diz que há uma disputa acirrada das seguradoras pelo mercado aeronáutico brasileiro nos últimos anos. "Há movimento duplo de crescimento, do mercado de aeronaves e do seguro ao mesmo tempo", afirma. A expansão do mercado atrai as principais empresas do setor, especialmente para a aviação executiva, diz o superintendente executivo de seguros aeronáuticos do grupo segurador BB Mapfre, Carlos Eduardo Mamede Polísio. No momento, dez seguradoras dominam 95% dos negócios, mas há novas entrando.

O mercado de aviões executivos ganhou impulso com as próprias deficiências da aviação comercial, com aeroportos tumultuados e voos lotados e sempre atrasados. Na semana passada, a diretora de aeronáutica e resseguro da corretora de seguros e resseguradora Aon, Kedma Fonseca, conta que levou quatro horas para ir de São Paulo ao Rio pela ponte aérea. "Quase valia a pena ir de automóvel", compara. Além disso, para um país com as dimensões do Brasil, faltam aeroportos, acrescenta Cristina Domingues, gerente de seguros para aviação da AIG Brasil.

Além dos preços atraentes, o mercado avança para a diferenciação de serviços, uma vez que as apólices básicas são praticamente iguais e cobrem o casco e a responsabilidade civil, incluindo ou não cláusula de guerra, que envolve cobertura para atos de terrorismo, tumulto, sabotagem ou greve, por exemplo, explica Kedma, além da apólice obrigatória.

A diferenciação pode vir de uma rede extensa no exterior, o que é importante no caso de viagens internacionais frequentes. Cristina lembra, por exemplo, que o fato de a AIG ter escritórios em 130 países permitiu ajudar um cliente brasileiro que estava na Eslovênia, mas não podia desembarcar porque não dispunha de uma apólice específica exigida pelo país.

Contar com uma rede internacional também é um trunfo da BB Mapfre. No ano passado, cresceu 62% e fechou o balanço com R$ 135 milhões em prêmios emitidos em todos os segmentos, sendo 18% da carteira na aviação executiva.
 

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