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Seguros de carros têm crescimento de 27,5% em Minas

Fonte: O Estado de Minas

Alta nos contratos foi de 20,6% no país, porém custo pode cair até 15%, de acordo com hábito do segurado 
 
A atividade seguradora desembarcou no país ainda no século 19 com a abertura dos portos ao comércio internacional. Mas foi recentemente, com a estabilização da moeda, que produtos como os seguros de automóveis deram um salto e passaram a fazer parte do orçamento do brasileiro, principalmente daqueles que compraram um carro novo. Impulsionado pelo controle da inflação, o mercado de seguros gerais, que envolve a proteção ao patrimônio, movimenta hoje no país 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Há 20 anos, esse percentual não chegava a 1%. Para convencer os consumidores a aderir à proteção, companhias estão investindo em tecnologias para desvendar minuciosamente o perfil do usuário, o que pode reduzir o valor da apólice em cerca de 15%.

Impulsionado também pela alta venda de veículos registrada nos últimos cinco anos, o seguro de automóveis decolou, demonstrando forte percentual de crescimento. De janeiro a maio, a proteção ao patrimônio movimentou R$ 22,5 bilhões, crescimento de 20,6% frente ao ano anterior. Os seguros de automóveis cresceram 24% na mesma base de comparação e faturaram R$ 11,6 bilhões, uma fatia de 51,5% do mercado. Em Minas, a expansão no acumulado do ano foi maior que a do país, de 27,5%.
Neival de Freitas diretor-executivo da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), diz que a frota segurada no Brasil é recorde: são cerca de 17 milhões de veículos, ou 26% do volume em circulação no país. Apesar do avanço, o crescimento do mercado é desigual. Desse percentual, mais de 80% dos contratos são para automóveis com até cinco anos de uso. Como estratégia para ampliar a base de consumidores, o executivo ressalta o aperfeiçoamento dos questionários de avaliação de risco, ferramenta que pode reduzir o valor das apólices introduzidas no setor depois da estabilização da moeda.

Existem tecnologias como os dispositivos antifurtos que podem atenuar o risco do veículo, reduzindo custos, mas o grande investimento é para desvendar os hábitos do usuário em relação ao veículo que dirige. “O preço do seguro pode ser reduzido em até 15% dependendo do perfil do consumidor. Estamos investindo no aperfeiçoamento dos questionários, incluindo questões minuciosas, como a segurança da garagem que o usuário tem em casa, se o portão é eletrônico, se o porteiro trabalha por 24 horas, além de questionamentos sobre os hábitos do motorista”, aponta Saint Clair Pereira Lima, diretor técnico atuarial da Bradesco Auto/RE,

Limites

 Mesmo com as novas tecnologias, o valor do seguro pode ultrapassar em 6% o preço de venda do veículo, considerando automóveis com menos de cinco anos de uso. O empresário no setor de combustíveis Geovani Magalhães considera que não é viável deixar de contratar a proteção e tem seguro para quatro veículos. Para reduzir o preço ele acumula bônus com a seguradora, faz pesquisas e contrata dois produtos distintos. Para o seu carro, o da esposa e da filha, compra a proteção completa. “Não contrato seguro cuja cobertura ultrapasse 4% do valor do veículo. Também observo os bônus. Já consegui desconto de até 20%”, assegura. Segundo o empresário, para sua caminhonete ano 98, que ele usa pouco, e tem valor de mercado estimado em R$ 20 mil ele contrata apenas o seguro de responsabilidade civil, que cobre danos a terceiros. “O seguro total para esse veículo é inviável, atinge 25% do valor do bem.”

Ângelo Vargas Garcia, diretor regional da HDI Seguros, diz que o preço está condicionado a análise de risco particular de cada seguradora. Ele explica que além do seguro total (cobertura compreensiva), que cobre colisões, incêndio, furto e roubo, e do seguro de responsabilidade civil, o consumidor tem ainda a opção de comprar o de acidentes pessoais de passageiros, que dá cobertura no caso de morte ou invalidez. “O mercado também oferece serviços assistenciais que podem ser incorporados aos seguros como guincho 24 horas, chaveiro, assistência para troca de vidros.”
 
Falta a inclusão dos mais velhos
 
Apesar do avanço dos seguros de automóveis no Brasil grande parte dos brasileiros bancam o próprio risco. Isso porque o valor da proteção é elevado para os carros mais velhos, que superam os cinco anos de uso. Especialistas ainda apontam as questões de segurança, como a circulação por áreas de violência, que aumentam os prejuízos como fatores importantes na composição do preço dos seguros para automóveis. mas há também a legislação que define a reposição de peças no país e não permite a utilização de usados.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) estuda proposta para lançar no país o seguro popular que seria aplicado aos veículos com mais de três anos de uso, com redução do custo. Maria Filomena Branquinho, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Minas Gerais (Sincor-MG), considera que a medida poderá ampliar a base de automóveis segurados no país. “É a solução para esse tipo de veículo, que tem aceitação restrita no mercado de seguros. A expectativa é de que as novas regras viabilizem a contratação para eles.”

O projeto para o seguro popular depende também de aprovação da lei que permitiria no país a utilização de peças usadas pelas seguradoras. A Susep informou que a previsão é que a norma seja aprovada ainda neste semestre. (MC)

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