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Brasileiros estão descobertos em caso de morte do provedor

Fonte: Valor Econômico

Por Assis Moreira | De Genebra

Os brasileiros têm uma "lacuna de proteção em caso de morte" de US$ 2,5 trilhões. Esse é volume de recursos necessário para os dependentes manterem o mesmo nível de vida em caso de morte prematura do chefe da família. A conclusão é da Swiss Re, uma das maiores resseguradoras do mundo, que aponta enormes oportunidades de crescimento do mercado de seguro de vida no país e na América Latina como um todo.

Segundo estudo da resseguradora suíça, entre 2003 e 2012 a lacuna de proteção no Brasil cresceu 15% em média ao ano, passando de US$ 685 bilhões para US$ 2,469 trilhões. Isso ocorreu apesar de a penetração de seguro de vida ter aumentado de 0,7% do PIB para 2% no período.

Em 2012, a lacuna média de recursos por pessoa com dependentes no Brasil era de US$ 47.239 ante US$ 15.301 em 2003. Isso significa que cada brasileiro trabalhando precisa de US$ 47.239 a mais que sua proteção atual (poupança e seguro) para manter o nível de vida dos dependentes no caso de morte.

Em todo caso, a relação entre o dinheiro disponível ("protection in-place", no jargão em inglês) e a proteção necessária no Brasil é de 50%, uma das mais altas da América Latina. Significa que, para cada US$ 100 de proteção necessária, em 2012 as famílias brasileiras tinham US$ 50 em ativos financeiros e seguro de vida. Na Venezuela, o percentual era de apenas 10%, enquanto no Chile alcançava 53%.

A Swiss Re nota que, no Brasil, a precaução financeira para o futuro ocorre principalmente a partir de planos de previdência abertos, como VGBL, ou fechados. Em 2012, os prêmios de VGBL alcançaram R$ 31 bilhões.

"No Brasil, o custo de vida também aumentou consideravelmente nos últimos anos, aumentando a lacuna de proteção, mas isso tem sido parcialmente compensado por maior poupança e fundos de pensão abertos e fechados", diz o estudo.

Em termos absolutos, o Brasil tem a maior lacuna de proteção na América Latina, sem surpresa, em razão do tamanho da população. No estudo, a Swiss Re conclui que a lacuna de proteção chega a US$ 7,2 trilhões em oito países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Porto Rico e Venezuela) comparado a US$ 3,1 trilhões em 2003. Na Argentina, o dinheiro adicional necessário é de US$ 1,4 trilhão; no México, de US$ 1 trilhão; e em Porto Rico, de apenas US$ 100 milhões.

Essa disparidade acontece apesar de o mercado de seguro de vida na região ter crescido 11,5% em média por ano na última década, três vezes mais rápido que a economia regional. A demanda por seguro de vida continua baixa comparada a outras regiões. Na média, o gasto per capita na América Latina com seguro de vida era de US$ 120 em 2012, ante US$ 373 na média global.

Além disso, a penetração de seguros era de 1,28% do PIB regional, bem abaixo da média mundial de 3,69%. "Esses indicadores sugerem substancial oportunidade de crescimento no mercado de seguro de vida na região", constata a Swiss Re.
 
 

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