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Pesquisa revela que apenas 5% dos brasileiros têm seguro de vida

Fonte  Correio Braziliense

Seguradoras diversificam produtos a fim de atrair público de baixa renda, quando índice cai para 1%

Simone Kafruni

Seguro ainda é um produto para poucos. Considerados caros pela grande maioria da população brasileira, o resguardo de bens e a garantia de um futuro tranquilo para a família são privilégios das classes mais abastadas. Pesquisa contratada pela Icatu Seguros aponta que apenas 5% da população do país têm esse tipo de proteção. O índice dobra para 10% quando o recorte é somente entre os consumidores A e B. Entre a classe que mais cresce no país, a C, o percentual é de 3%, mas com potencial de alta, em função da expansão desse público e do aumento do poder de compra. Já entre a população mais pobre, apenas 1% tem algum tipo de cobertura.

Dados do mercado revelam, ainda, que os brasileiros preferem proteger os bens à família. “É uma questão cultural. As pessoas têm disposição de garantir um carro novo, a casa ou um aparelho, mas não a própria vida, fornecendo segurança à família. Isso ainda é visto como desperdício. Para se ter uma ideia, seguro de carro tem uma penetração quase 10 vezes maior do que o de vida”, afirma Aura Rebelo, diretora de Produtos de Marketing da Icatu. Atualmente, cerca de 40% dos carros do país, conforme ela, têm proteção contra roubo ou prejuízo por acidentes.

Potencial
Outro fator que explica a baixa contratação de seguros no país, na avaliação do diretor de Vida & Previdência da Zurich Seguros, Richard Vinhosa, é o poder aquisitivo relativamente limitado da população. “Apesar das melhorias recente, o Brasil ainda é um país de renda média. Com pouco dinheiro, o consumidor é condicionado a pensar a curto prazo. Quer comprar um carro mais novo, uma casa. Somente depois de saciar esses desejos é que surge a necessidade de proteger os bens. Aí começa a ter uma visão de longo prazo. Por isso, o mercado ainda está amadurecendo no país, mas tem um potencial enorme”, ressalta. Ele salienta que a penetração de seguros no Brasil, em torno de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), é baixa quando comparada com outros países, como Inglaterra (10%) ou Chile (7%).

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