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Seguradoras ampliam opções para combater sinistralidade

Fonte: DCI

SÃO PAULO - As empresas que operam com seguro de crédito estão olhando com mais atenção para os bancos e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC's) como setores onde há espaço para desenvolvimento desse mercado. O produto assegurado na maioria dos casos são as operações de antecipações de recebíveis realizadas entre instituições financeiras no e empresas. No segundo caso, o seguro de crédito visa aumentar os ratings dos fundos na expectativa de atrair um número maior de investidores. "Os fundos e bancos já estão na nossa lista de clientes, mas ainda existe potencial para desenvolver esse mercado", afirmou a presidente da Coface Brasil, Marcele Lemos.

O gerente de crédito da AIG Brasil, Hugo Carson, concorda com avaliação e acrescenta que esse avanço depende de alguns fatores. "Os bancos tem um potencial enorme a ser desenvolvido no mercado brasileiro, mas esse crescimento depende de alguns fatores, como a redução da taxa básica de juros (Selic), pois isso obriga os bancos a serem mais criativos para garantir um funding maior e com isso podem buscar mais operações em que nós podemos oferecer o nosso produto de seguro".

No caso dos FDCI's, as seguradoras acreditam que o seguro pode ajudar a atrair um número maior de investidores. Nesse caso, o atrativo se concentra mais no aumento de segurança para potenciais investidores, do que proteção contra eventuais perdas financeiras advindas de calotes.

"Os fundos olham para o seguro de crédito como uma forma de aumentar o rating para, a partir daí, conseguir novos investidores que percebem o negócio como de menor risco, ou seja, eles contratam o produto com uma perspectiva para aumentar investimento e não apenas para cobrir eventuais perdas", afirmou Hugo.

O setor de serviços também tem chamado atenção das seguradoras, tanto que a Coface coloca a atuação nessa área como uma das apostas para os próximos meses. "Podemos oferecer nosso produto para diversos setores, desde empresas de turismo até companhias de tecnologia da informação (TI) que vendem serviços de softwares a terceiros", disse Marcele Lemos.

Sinistralidade

O primeiro semestre não foi bom para o mercado de seguro de crédito que atua no mercado interno. O aumento da inadimplência, que tem sido sentido pelos bancos, foi o principal responsável pelo aumento de 322% na sinistralidade total do sistema na comparação dos resultados de junho desse ano com o mesmo período do ano passado.

"O mercado interno sofreu bastante com aumento da inadimplência no último ano e isso impactou bastante o resultado do mercado que recuou 8% entre junho do ano passado e o mesmo período desse ano. Apesar disso conseguimos apresentar um crescimento de 8%, somente nós e outra empresa conseguimos melhorar os resultados", afirmou a presidente da Coface Brasil.

O mercado brasileiro nesse segmento ainda é pouco desenvolvido, avaliam os representantes das empresas. Segundo Hugo Carson, o total de prêmios de seguro de crédito no Brasil foi de R$ 170 milhões no primeiro semestre, enquanto que os mercados americano e europeu totalizaram cerca de R$ 600 milhões em prêmios cada um.

"O primeiro desafio é a cultura, o brasileiro não tem o hábito de adquirir seguros, seja de vida, carro, casa, etc. Ele vê isso como um custo extra e não como proteção contra possíveis perdas. Isso também acontece entre as empresas no quis diz respeito ao seguro de crédito. Esse é o nosso primeiro desafio", afirmou Marcele.

Ela acrescentou dizendo ainda que o produto também é pouco conhecido pelos empresários brasileiros. "O Brasil é um país com muito potencial nessa área, mas o desconhecimento ainda é grande. Para tentar mudar essa realidade aumentamos o número de executivos comerciais no início do ano", conclui.

"Nos países mais desenvolvidos esse produto é usado por razões financeiras e não somente como forma de mitigação de risco de calote como acontece no Brasil. Isso é uma diferença grande de mentalidade", afirmou o gerente geral da AIG.

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